“A história é contada pela música e esse capítulo estava em branco, tinha que ser preenchido por alguém.” A fala é de Rod Krieger, que em 2015 era baixista da Cachorro Grande e cruzava com as rimas de Lucas Koka Penteado em uma ocupação do movimento secundarista – responsável por derrubar uma reestruturação no ensino paulista proposta pelo governo estadual.
ANÚNCIO
Na época, Koka era um dos estudantes à frente da ocupação da escola estadual Caetano de Campos. Hoje, é um artista com agenda lotada após uma participação explosiva no reality show “Big Brother Brasil 21”, em que saiu abraçado pelo público após desistir nas primeiras semanas.
O encontro foi a gênese da Triplx, banda que lançou na última semana seu primeiro álbum, “Salve Família” – completam a formação o guitarrista Martin Mendonça (Pitty) e o baterista Duda Machado (ex-Pitty).
As músicas são inéditas, mas foram gravadas ainda em 2016. “A gente se reunia no estúdio do Duda, com celulares no modo avião, e passava horas tocando, compondo tudo ali na hora. Foi um ano mágico e o Koka acrescentou bastante com aquela explosão dele”, conta Krieger.
ANÚNCIO
Nos versos, o então secundarista não se esconde em sutilezas, expondo seus anseios sempre em tons de revolta e resiliência, em faixas como “Era Uma Vez?” e “Tic Tac”. Outras, como “Chaplin” e “Se Liga Lóki”, capturam a veia política do artista, com fortes críticas à desigualdade social e os preconceitos contra o jovem da periferia.
Com tanta energia, a instrumentação pesada encaixa perfeitamente, com melodias ora carregadas de suingue, ora disparando lava como um vulcão em erupção. “Queremos muito tocar ao vivo um dia, é uma banda muito explosiva, nos ensaios sempre eu, Martin e Duda tocando muito alto e o Lucas mandando ver ali. A gente espera que depois da pandemia possamos levar isso para grandes palcos.”