A cultura exerce importante papel em tempos de pandemia: distrair, nem que por pouco tempo, uma sociedade aflita com os efeitos do novo coronavírus. E nenhum formato estava tão preparado para entrevero público quanto os jogos eletrônicos.
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Em sua oitava edição, a Pesquisa Game Brasil mostra que 75,8% dos jogadores aumentaram a prática em 2020 – 12,7% não notaram diferença e 11,5% acreditam jogar menos que antes. O levantamento entrevistou quase 12,5 mil pessoas entre 7 e 22 de fevereiro, e seus resultados foram divulgados neste mês.
Com mais horas dedicadas aos jogos, o consumo também aumentou: 42,2% disseram ter gasto mais com títulos digitais no período de isolamento social. Já o tempo assistindo vídeos de videogames – como transmissões ao vivo na plataforma Twitch, ou conteúdos editados no YouTube – subiu 60,9%.
O distanciamento levou a mais reuniões virtuais para jogar. Segundo a pesquisa, 51,5% tiveram mais partidas virtuais online com a pandemia de covid-19.
“À medida que passamos a ficar mais tempo em casa, o hábito de jogar se tornou mais recorrente. Já o aumento de interesse na experiência de jogar online se deu por ser uma das poucas opções viáveis de encontro em tempos de confinamento”, analisa o diretor de Gaming da GoGamers, uma das responsáveis pelo estudo, Carlos Silva.
Smartphone domina
Nem todo mundo tem um console ou um computador capaz de rodar jogos com facilidade, mas quase todo mundo tem um smartphone. A partir daí, claro que os aparelhos móveis dominariam como plataforma preferencial para jogar, com 41,6% das respostas na Pesquisa Game Brasil.
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A praticidade, aliada a uma variedade de títulos gratuitos – que lucram com compras opcionais e anúncios –, tornam os celulares atrativos tanto ao público dedicado quanto ao casual.
A pós-graduanda Camilla Udiloff, 25 anos, se considera do segundo grupo e passou a jogar mais em seu smartphone no último ano. “Jogo um pouco quase todos os dias. É um jeito bom de limpar a cabeça e me distrair.”
Em um perfil geral do “gamer”, as mulheres se destacam, sendo 51,5% dos entrevistados. contra 48,5% de homens. Considerando a faixa etária, dominam os jogadores entre 20 e 29 anos (41,1%) – estudo entrevistou apenas pessoas a partir de 16 anos.
Os pardos e pretos são o maior público (50,3%) e há um equilíbro entre jogadores das classes A e B (50,3%) e das classes C e D (49,7%). “O smartphone oferece o melhor custo-benefício, além de jogos gratuitos que ganharam grande destaque no ano passado, como ‘Free Fire’ e ‘Among Us’”, explica Silva.