O confinamento também pode ser momento de olhar para si. É desse movimento que surge “(das) tripas (coração)”, com última sessão nesta segunda-feira (5), às 21h. O espetáculo é composto por 20 solos criados na quarentena, a partir de oficina promovida pelo diretor Nelson Baskerville com 16 atrizes e quatro atores, durante três meses.
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“A gente construiu essa arqueologia pessoal de cada uma, esse museu de histórias, dores, mágoas, amores, alegrias”, explica o diretor ao Metro Jornal. Luisa Arraes, Anna Hartmann, Paula Possani, Carolina Mânica são algumas das atrizes que desenvolveram e apresentam seus solos.

Ao entrar na sala virtual, antes da peça começar, o espectador é convidado a escolher a “tripa” à qual deseja assistir. São quatro opções, cada uma seguindo um eixo temático: “Denúcias ou Nomes Sobre Mim”, “Confissões ou Coração”, “Revolução ou Cuidado: Buracos” e “Gestações ou Remother”.
“Se o mundo acabasse, esse conjunto de solos seria uma crônica do que aconteceu nesse 2020”, brinca Baskerville.
Histórias
Em cerca de 15 minutos de solo, Luisa Arraes faz uma escavação do próprio apartamento, no qual morou em diferentes momentos da vida. “A minha história fala muito disso, sobre você passar a ser mãe de si mesma, deixar de ser cuidada para cuidar – de alguma coisa ou de si, de uma planta. Esse momento da vida que tem essa passagem”, conta sobre o solo.
“Fomos escavando, dividindo as histórias uns com os outros. Uma puxava outra. Foi um ambiente de muita intimidade”, diz. “Tem autoficção – é um pouco de verdade, um pouco de invenção. As histórias que da arqueologia surgem.”
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Serviço: ‘(das) tripas (coração)’
Ingressos: Sympla.com.br.
Nesta segunda (5), às 21h. De R$ 10 a R$ 50.
*Com supervisão de Wilson Dell’Isola