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Citroën Yagán: os 50 anos do primeiro carro desenhado e construído no Chile

Em 1970, o Chile deu o seu primeiro (e único) passo na criação de um carro nacional. O presidente recém-empossado Salvador Allende, do Partido Socialista, queria avançar na industrialização do país. Para isso, pediu ao então ministro da Economia, Pedro Vuskovic, que desenvolvesse um carro econômico que atendesse às necessidades da população chilena.

Nessa época, a frota do Chile era muito diferente da atual: em geral, era formada por veículos importados caríssimos, devido às elevadas tarifas de importação. Para aumentar o acesso até então bastante limitado dos chilenos ao mercado automobilístico, Allende e Vuskovic concluíram que um carro popular de baixo custo deveria ser construído com um teto de 250 dólares (na época, o equivalente a 1.700 dólares ou R$ 9.500, na cotação atual do Real).

Segundo o jornal La Tercera, a empresa escolhida para tirar o projeto do papel foi a Citroën Chile. A fabricante francesa de automóveis indicou que o negócio era viável e, para concretizá-lo, formou um consórcio com a Corporação de Fomento do Chile (Corfo).

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Logo surgiu a ideia do Yagán, cujo nome era uma homenagem ao povo indígena que habitava (ao lado dos Selknam) a Terra do Fogo, no extremo sul do país. O veículo era caracterizado por suas linhas retas e pela ausência de portas laterais.

“Nós o projetamos para todos os usos. Queríamos fazer com que parecesse um Jeep, mas que não fosse exatamente um Jeep. Queríamos fazer com que parecesse um carro, mas que também não fosse exatamente um carro. Assim, começamos a desenhar outros tipos de coisas, para que seu uso não ficasse tão restrito.” – Lembra Cristián Lyon, gerente comercial da Citroën na época.

O Yagán tinha motor e alavanca de câmbio dianteira semelhantes às de um Citroën 2CV. Era movido por um motor de 600 cc refrigerado a ar que entregava 33 cavalos de potência. Suas primeiras unidades foram colocadas à venda na região de Arica, no norte do Chile, em 1972.

Depois do Golpe de Estado, em 1973, o Yagán deixou de ser fabricado. Na ditadura do general Augusto Pinochet, o projeto chegou ao fim, embora existisse uma produção monopolizada pelo exército para ser utilizada no patrulhamento da fronteira com o Peru e com a Bolívia.

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