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‘Três Buracos’, de Shiko, mistura terror, faroeste e crítica social

Reprodução/Editora Mino

“Tânia e seu irmão cresceram entre o garimpo, o puteiro e o cemitério. Daí o nome do lugar: Três Buracos”. Logo de cara o desenhista e escritor Shiko entrega a premissa de sua mais nova obra, “Três Buracos”, lançado recentemente pela Editora Mino, uma obra densa, que envolver terror, questões psicológicas em um clima de faroeste em uma cidade no interior da Paraíba.

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A narrativa tem Tânia como personagem principal. Ela é a única que resiste ficar no garimpo em busca de uma pedra muito valiosa, a Turmalina Azul, e essa preciosidade é a razão do fim de tudo por ali, já que a maldição de um morto fez as pessoas fugirem e a cidade ficar abandonada.

Outro motivo da derrocada é a morte de Delegado, pai da garimpeira, que a seu modo conseguia manter ordem no local. Obcecada, Tânia vive em uma rotina de garimpo e mais nada.

três buracos shiko

Constantemente seus sonhos são visitados por mortos, que insistem para que ela siga nessa busca sem fim pela Turmalina – que, segunda ela, a tiraria daquele lugar. Porém, esses sonhos – ou pesadelos – começam a se misturar com seus momentos de vigília, afetando sua noção de realidade.

O clima faroeste surge com o retorno de seu irmão, Canhoto, que foge da prisão e busca apoio de Tânia para um assalto a banco. Um verdadeiro bang-bang no sertão paraibano, que segundo o autor, não é muito diferente do que ocorre na vida real atualmente. Referências ao faroestes italiano de Sérgio Leone também são claras.

“Três Buracos” é contemplada ainda pelo forró de Luiz Gonzaga, com “Buraco de Tatu”, e a cantiga medieval de Pedro Calderón de la Barca, com trecho da peça “A Vida é Sonho”, para embalar as almas – vivas ou mortas – que buscam a salvação para fugir do inferno.

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Shiko

O paraibano é um dos principais nomes no mundo contemporâneo das HQs. Sua obra inclui a adaptação de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz, e as graphic novels “O Azul Indiferente do Céu”,  “Talvez Seja Mentira”,  “Lavagem” e “Piteco – Ingá”, releitura de personagens da Turma da Mônica, e que ganhou o 26º Troféu HQ Mix de melhor desenhista nacional e melhor publicação de aventura/terror/ficção.

 

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