Negra Li é uma artista de muitos sons, mas, depois de mergulhar no pop e na MPB, ela sentiu necessidade de retornar às origens. Após seis anos sem apresentar discos inéditos, ela se aliou a um coletivo de jovens músicos para lançar “Raízes”, que equilibra letras politizadas e românticas, sintetizando sua carreira.
O que significa lançar “Raízes” no Brasil de hoje?
Ele é um recomeço. Não se trata apenas da minha raiz negra, são as influências do início da minha carreira. Todo esse tempo sem gravar me deu base. Pude juntar experiências para saber exatamente o que eu queria.
Como foi reencontrar suas origens no hip hop?
Foi maravilhoso, porque não voltei igual. Toda experiência que tive ao longo do caminho, transitando por tantos gêneros… Não tinha como não colocar isso, mas o fio condutor são as influências que sempre ouvi do R&B.
Apesar disso, você flerta com o samba e a MPB…
Você acha que sou boba de perder a liberdade que criei de cantar outros estilos? Quis aproveitar isso, mas de forma mais jovem e atualizada. Adoro essa mistura e a liberdade de ser várias Negras Lis.
Como foi a escolha das participações especiais?
Queria diversidade, com diferentes gerações. Seu Jorge era um ídolo que eu admirava há tempos, e a Cynthia Luz é da nova geração de rappers mulheres. A faixa “Raízes” era a cara do Rael, e o Gaab traz essa coisa R&B e o frescor da nova geração também.
Como você vê a nova geração do rap nacional?
Esses caras são gênios! Eles já vêm com muita informação e sabem o que querem. Isso é muito legal, e é bom conseguir pegar isso deles para mim. Estou aprendendo a fazer tudo mais rápido.