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O Outro Lado do Vento: Netflix finaliza último filme de Orson Welles

“O Outro Lado do Vento” ainda seria uma obra inacabada caso a gigante do streaming Netflix não tivesse colocado as mãos nela. Orson Welles (1915-1985) começou a rodar o filme em 1970, mas a produção enfrentou sucessivas interrupções, e ele lutou por 15 anos para tentar finalizá-lo.

O diretor de “Cidadão Kane” (1941) acabou morrendo em 1985 sem completar esta sátira a Hollywood, com contorno autobiográficos, na qual John Huston interpreta um cineasta exilado que retorna aos EUA para tentar finalizar o filme que marcaria sua retomada ao ofício.

A genialidade de Welles fez com que um devotado grupo de cineastas e artistas, entre os quais se incluem o ator Peter Bogdanovich e o produtor Frank Marshall, tomasse como missão finalizar “O Outro Lado do Vento”. Marshall trabalhou como gerente de produção do filme, em 1970, e passou os últimos 33 anos tentando conseguir os negativos. Isso só começou a acontecer há seis anos, quando a Netflix se envolveu na empreitada.

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“Ted Sarandos [chefe de conteúdo da Netflix] é um grande fã de Welles e sabe o quanto ele era visionário. Ele entende a importância desse filme para a história do cinema”, explica o produtor. Havia apenas um problema. “Eu não sabia dizer a ele o que faltava porque precisávamos ver os negativos. Mas só poderíamos fazer isso se alguém pagasse. Ted enfim disse para irmos adiante”, explica ele.

Para o produtor, a tarefa foi semelhante a uma caça ao tesouro. “Era um quebra-cabeça imenso. Não sabia se ele tinha rodado tudo, porque ele nunca fazia esse tipo de registro. Então tivemos que organizar o filme, e isso levou quase um ano.”

Segundo Marshall, a versão completa de “O Outro Lado do Vento” é uma conclusão perfeita à carreira de Welles, especialmente se for vista ao lado do documentário “Serei Amado Quando Morrer”, produzido pela Netflix para coincidir com o lançamento do filme – ambos estão já disponíveis na plataforma.

“Historiadores do cinema vão poder estudá-lo por muito tempo, e acho que isso é apropriado para o legado de Welles”, conclui Marshall.

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