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Proximidade com público marca musical inspirado no clássico russo Guerra e Paz

Quando o diretor Zé Henrique de Paula deixou o teatro após uma sessão do musical “Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812”, na Broadway, comprou de pronto outro ingresso para o dia seguinte.

“Não é sempre que a gente sai de uma peça com uma euforia tão grande. Fiquei me perguntando o que ela tinha de tão especial”, diz ele, que garantiu os direitos do texto de Dave Malloy e estreia hoje a primeira montagem dele fora dos EUA.

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Inspirado em um trecho de 70 páginas do clássico russo “Guerra e Paz”, de Leon Tolstói, o musical aposta em uma mistura de ritmos que vai do folk ao eletrônico, além de uma cenografia inusitada, para narrar as desventuras da jovem condessa Natasha (Bruna Guerin), dividida entre o amor ao noivo e o charmoso Anatol (Gabriel Leone) no complexo círculo social russo, no qual se destaca a figura de Pierre (André Frateschi), preso a um casamento infeliz.

Os atores e músicos cantam e interpretam em meio ao público, em um espaço que remete a um cabaré russo do início do século 19 e que ocupa o 033 Rooftop, no terraço do Teatro Santander.

Para Zé Henrique, esse formato é um dos motivos para o sucesso da peça, indicada a 12 prêmios Tony, considerado o Oscar da Broadway.

“Em uma época na qual a gente se relaciona mais com  o celular do que com pessoas, estar junto é algo muito especial. Você pode ver o suor, os figurinos, as expressões – e, de cada lugar, esta é uma peça diferente”, explica o diretor, que aponta ainda a humanidade do texto de Tolstói e a artesania do mix musical criado por Malloy como pontos centrais.

“Quanto mais se lê esse texto, mais se percebe a essência do ser humano”, diz.

Segundo Fernanda Maia, responsável pela direção musical, a montagem é um desafio aos instrumentistas, dado que eles ficam espalhados pelo espaço cênico.

“Esse é um espetáculo que não nos deixa acomodados. Estamos muito expostos e precisamos de uma concentração muito grande. Além disso, a gente precisa entender os vários pontos de vista do público”, afirma.

A experiência também é novidade para os atores. “Acho que esta é uma linguagem mais parecida com o cinema, onde você tem uma câmera na sua cara o tempo inteiro. Essa proximidade traz um calor muito grande”, diz André Frateschi.

“O fato de não ter distância do público é o que confere imersão para a história. Você olha nos olhos das pessoas, e penso que esse é um exercício de trazê-las para dentro da história e para cima do palco”, completa Leone.

Quem quiser mergulhar ainda mais no clima do musical tem a chance de experimentar um jantar de inspiração russa, servido no local 1h30 antes do início da peça.

Serviço

No 033 Rooftop (av. Juscelino Kubitscheck, 2.041, Itaim Bibi). Estreia hoje. Sex., às 21h30; sáb., às 16h e 21h30; dom., às 19h30. De R$ 130 a R$ 160. Até 25/11.

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