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MasterChef Profissionais: ‘É para quebrar mais uma barreira’, diz Thales, participante trans

Carlos Reinis/Band

O professor de gastronomia Thales Alves disputou um duelo de sobremesas, utilizando queijo gorgonzola, e garantiu seu dólmã do MasterChef Profissionais 2018. Durante o embate, ele revelou ser um homem trans e espera que sua passagem pelo talent show sirva de exemplo e inspiração para muitos. «O objetivo de todo mundo é ganhar o troféu, ninguém aqui entrou para poder brincar ou dar sorte ao destino. Mas acho que posso mostrar um pouco para as pessoas o que acontece por de trás dos bastidores de uma cozinha profissional», afirmou em entrevista ao Portal da Band. «Eu deixei bem claro que eu sou um homem transexual e, para mim, isso é uma forma de incentivar as pessoas a saírem de dentro da cozinha e chefiarem. Tem muito empregador que deixa o cara ou a mina transexual como sous-chef. Entra chef, sai chef e eles não podem ser a cara do restaurante», explicou. «Então, eu acho que é para quebrar mais uma barreira de preconceito; para mostrar que [a cozinha] é um lugar muito seguro de trabalhar; para que as pessoas e esses empregadores tenham a ciência de que pessoas trans podem ter sim a cara do restaurante e que essa cara pode ser uma cara muito legal para todo mundo», completou. Fã confesso da chef Paola Carosella, Thales disse que passou a admirá-la mais ainda após conhecer o projeto Cozinha & Voz – uma ação conjunta da jurada argentina com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para capacitar travestis, mulheres e homens transexuais como assistentes de cozinha. «Por causa desse projeto a minha admiração por ela é tão grande. Algumas pessoas perguntaram, nas provas, porque eu ficava tão afobado quando a Paola entrada, porque eu olhava para ela com cara de admiração extrema. E a minha admiração veio a partir disso. Ela foi muito criticada quando iniciou o projeto com pessoas travestis e transexuais e eu quero muito mostrar para o mundo o quanto dá certo dar uma oportunidade para essas pessoas», afirmou. O duelo Para vencer seu oponente, Thales apresentou uma sobremesa bastante tradicional e brasileira: o famoso romeu e julieta. «Eu não trabalho com confeitaria, mas dou aulas sobre o tema na faculdade na qual eu trabalho. Para mim, foi uma surpresa um duelo de confeitaria porque eu não tenho tanto contato assim», disse. «Para mim, foi muito fácil usar queijo porque é uma coisa que eu uso sempre. Por ser do interior, a gente consome muito queijo. Então, eu só transformei para algo do dia a dia para ficar um pouco mais fácil. A gente tem costume de comer em casa queijo, goiabada e biscoito de água e sal. Então, tentei trazer um pouco disso», contou. «Fiz duas montagens porque eu não tenho costume de fazer montagens. Quis ver o que ficava menos feio para poder entregar. Então, não foi uma escolha: ‘Nossa, os dois estão maravilhosos’. Foi uma escolha entre qual tinha a aparência menos pior, para eu ter alguma chance de ir para frente», afirmou. Thales também ficou surpreso com a vitória, já que seu oponente Franklin Bin é um confeiteiro profissional. «O Franklin é um profissional exímio no que ele faz. Ele teve azar no dia de não ter açúcar e usar muito ágar-ágar, que dá um gosto de manteiga. Aí, os chefs falaram que ficou um gosto amanteigado demais e sem açúcar. Então, eu consegui a vitória em cima disso», finalizou.

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