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O Nome da Morte: silêncio foi maior desafio de Marco Pigossi em estreia no cinema

Acostumado com a verborragia típica das telenovelas, o ator Marco Pigossi, 29, enfrentou uma realidade bem diferente no set de “O Nome da Morte”, que estreia nesta quinta-feira (2). Inspirado em uma história real, o longa narra a vida de Júlio Santana, um matador de aluguel que alega ter mais de 400 mortes no currículo.

O roteiro de George Moura e a direção de Henrique Goldman (“Jean Charles”) injetaram complexidade ao personagem, o primeiro de Pigossi nos cinemas.

“Entendi que, no cinema, o silêncio fala mais do que a palavra em si. Esse é o grande barato, e você tem que preencher esse silêncio como ator”, afirma o galã.

Um misto de angústia e incompreensão está impregnado no olhar do ator ao longo de toda a trama. Isso acontece porque Júlio não é apresentado como um psicopata. Cada morte surge na tela sem fetiches, de forma crua, e há um esforço contínuo para que ele seja retratado como um sujeito comum, com quem seria possível cruzar na rua ou ter uma conversa no elevador.

Sujeito pobre, criado nos rincões do país e sem instrução, Júlio também não tem qualquer perspectiva de futuro. Quando seu tio (André Mattos) lhe oferece o trabalho de matador, este parece ser o único caminho possível a despeito de seus questionamentos morais.

“O único ponto de apoio e de afeto que ele tem é o tio, e é justo ele quem o coloca nessa vida”, diz Fabíula Nascimento, que vive Maria, a mulher de Júlio, um dos poucos elementos capazes de abalar a certeza dele na profissão.

O determinismo bate forte. Nem mesmo a religiosidade exagerada do personagem o tira dessa trilha.

“Nossa função como ator é tentar compreender, e acho que a função do artista é trazer questionamentos e fazer as pessoas falarem e verem que essa é uma violência de todo o país, e não só de um país esquecido”, diz Pigossi.

Essa também foi uma preocupação do diretor. “Esse filme é sobre o limiar da responsabilidade da sociedade e a individual – aonde termina uma e começa outra e o que leva alguém a fazer determinadas escolhas. O filme quer entender essa interação, e acho que minha função é mais fazer perguntas do que entregar respostas”, afirma Henrique Goldman.

Veja o trailer do filme:

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