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Boca do Céu: evento gratuito em SP tem programação com contadores de histórias

Para quem pensa que contar histórias é coisa para criancinhas, é o momento de mudar sua visão sobre o assunto. Começa nesta terça (22), seguindo até sábado (26), o evento Boca do Céu – Encontro Internacional de Contadores de Histórias. Idealizado por Regina Machado, que assina a curadoria, o projeto reunirá seis artistas internacionais e mais de 40 brasileiros. A programação será distribuída por seis locais – Oficina Cultural Oswald de Andrade, Sesc Bom Retiro, Auditório Ibirapuera, Fábricas de Cultura, Cinemateca Brasileira e Itaú Cultural, com entrada gratuita.

«Eu inventei esse encontro para que os contadores de histórias, os artistas em geral, educadores, pudessem estar em contato com essa arte e contar histórias, que são narradas das mais diversas maneiras», explica Regina, que iniciou em 2001 esse projeto que é realizado bienalmente.

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Professora e estudiosa das histórias de tradição oral, a curadora enfatiza o modo democrático com que é realizado o evento, aberto a todos. «A estrutura é sempre a mesma, tem as oficinas, dadas por artistas brasileiros e estrangeiros, e as mais diversas formas de se contar histórias», afirma.

Dedicado a um público bem variado, a mostra tem atrações que podem ser conferidas por crianças e também pela família. «A gente tem um dia voltado especificamente para a criança e sua família, que é o sábado, quando estão programados espetáculos de narração, tendo até crianças contando histórias, além de muitas ações dirigidas a esse público», explica a curadora, que frisa ainda que, «durante a semana, o horário para esse segmento é o destinado às escolas, que podem ir aos locais ou os convidados irem às escolas.» Mas, durante a semana, em todos os horários, a programação oferecida é para adultos, educadores, contadores de histórias, artistas, estudantes e o público em geral, que quer ouvir histórias. «É um momento em que se constata que contar história não é só para crianças», afirma ainda.

Em toda a programação, o objetivo é mostrar «a grande paixão que todos têm pela arte da palavra, entender a importância de manter essa arte viva, mesmo num mundo que vive dizendo que contar história acabou e essa atividade não existe mais, que não pode competir com a tecnologia. Essa turma que gosta de história, seja de qualquer parte do mundo, quer manter essa arte viva», orgulha-se Regina Machado.

Entre as variadas atrações do Boca, a curadora reluta, mas destaca que o evento da «sexta-feira, às 20h, no Auditório Ibirapuera, tem o espetáculo Todo Nó Cego Eu Desato, que é muito especial, numa noite em que a gente integra músicos e contadores, em um grande encontro, além das crianças da Oca Escola Cultural, de Carapicuíba, com seus tambores e a narração de um romance popular».

Ela fala também sobre a importante participação de Tião Carvalho, «um especialista em danças, que faz todo mundo se agitar todas as manhã, a partir de 8h, na Oficina Oswald de Andrade, ensinando uma série de danças, como ciranda de roda, bumba meu boi, tambor de crioula e maculelê».

Regina frisa que este não é o único festival do gênero, «existem muitos pelo mundo, mas nada semelhante ao nosso, que é o único preocupado com aprendizagem», conta. «Em outros países, são simplesmente festivais, o artista se apresenta e pronto, enquanto aqui, temos a preocupação de ensinar e trocar conhecimento.»

Serviço:
Na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Sesc Bom Retiro, no Auditório Ibirapuera, na Fábrica de Cultura, na Cinemateca e no Itaú Cultural. Grátis (sujeito à lotação). Até 26/5. Mais informações no site www.bocadoceu.com.br.

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