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Historiadores pedem para ter imagem retirada da série do History

A série documental «Guia Politicamente Incorreto» estreou no último sábado (22), causando polêmica no canal brasileiro History. Baseado no livro de Leandro Narloch, o programa, em tom de humor, tem como objetivo «lança um novo olhar sobre fatos históricos do Brasil», a partir de entrevistas com especialistas sobre os principais acontecimentos do país ao longo dos séculos.

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Alguns historiadores entrevistados, porém, alegam que não foram informados sobre o conteúdo final, quando gravaram suas participações para o programa. Lira Neto foi um deles. «No dia 2 de fevereiro deste ano, uma equipe do History Channel veio em minha casa», disse Neto em publicação no Facebook. «Entrevistou-me para o que seria, segundo me informaram, genericamente, ‘uma série sobre a história do Brasil’.»

Só às vésperas da estreia, o historiador descobriu do que se tratava o programa, que levanta discussões sobre os acontecimentos históricos do País utilizando diferentes opiniões e humor, com apresentação do youtuber Felipe Castanhari. «O sentimento é de que fui ludibriado», desabafou Neto. «Ninguém me informou antes, durante ou logo após a entrevista qual era a inspiração do programa.»

Após o depoimento de Lira Neto, outros historiadores relataram ter passado pela mesma situação, como Laurentino Gomes, Lilia Schwarcz, Mary Del Priore e Isabel Lustosa, além do jornalista Thales Guaracy.

O autor do livro que inspirou a série, Leandro Narloch, também se pronunciou sobre o caso nas redes sociais. «Entendo a queixa dos entrevistados e concordo com o pedido», afirmou. «Quem participa precisa saber do que está participando. O entrevistado tem todo o direito de saber com quem está conversando e qual o objetivo da entrevista – não só para decidir se aceita falar, mas para moderar suas opiniões.»

Narloch, porém, elogiou a produção do programa, que decidiu ampliar o debate do seu livro. «Desde o começo, o History tomou a ótima decisão de ouvir gente com convicções políticas diferentes das minhas e incluir declarações que até contrariavam o que eu afirmo no livro. Adorei essa ideia.»

Laurentino Gomes, pelo Twitter, afirmou que as explicações de Narloch o deixaram «satisfeito». «Acho que não houve má fé dele e do canal History», relatou. «Só amadorismo e ingenuidade da produtora.»

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Em uma nova publicação no Facebook, Lira Neto afirmou que foi procurado pelo diretor da série, Matheus Ruas, da produtora Fly, que conduziu a reportagem. «Falei com o diretor/entrevistador da série, Matheus Ruas, que enfim reconheceu o erro ético», escreveu na rede social. «E, para remediar a barbaridade, comprometeu-se a retirar minha participação dos episódios, bem como eliminar qualquer menção a meu nome no material de divulgação.»

https://www.youtube.com/watch?v=HXJmvxrs0dM

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