Após três anos, Xande de Pilares lança agora seu segundo álbum solo, “Esse Menino Sou Eu”. O disco do sambista carioca de 47 anos – ex-vocalista do grupo Revelação – é uma espécie de biografia musical.
Em 17 faixas, ele faz um passeio por sua trajetória desde menino, no Morro do Turano, quando sonhava ser jogador de futebol, até se sentir atraído pela música.
Recheado de partido-alto e samba de roda, o álbum tem participações de Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, além de sua mãe, dona Maura Helena, 68. O cantor falou ao Metro Jornal, sobre o novo trabalho.
Origens
“Eu morava no Turano [comunidade na Tijuca], mas uma chuva derrubou meu barraco e fui para o Andaraí, onde outra chuva destruiu minha casa, e fui para São Gonçalo. Novamente, uma chuva derrubou minha casa, então fui para Pilares. Um dia, ao retornar do trabalho, escutei um samba na quadra da Caprichosos de Pilares, e aí não tem jeito: sempre que você passa por lá tem samba, uma hora você vai parar. Parei e vi Carlinhos de Pilares, que acabou me influenciando. Aí o Guará, junto com o Nando da Abolição, me nomearam Alexandre de Pilares. Mas ficava grande para assinar e adotei o Xande de Pilares.”
Importância da mãe
“A minha mãe tem uma importância muito grande, porque ela não me deixava fazer quase nada! [risos] Mas, a única coisa que ela esqueceu de me proibir foi ouvir e praticar música. Sem contar que eu tenho a referência dela dentro de casa, ela cantava muito. O meu pai não deixou ela seguir na música e, entre escolher a carreira e ele, ela escolheu o casamento. Agora, eu trouxe minha mãe para cantar comigo e ela arrebentou!
Trajetória em novo disco
“Agora, só está faltando fazer um livro, que está chegando! É uma vontade enorme, mas a caneta não vai ser minha, não. Senão vou escrever muito palavrão! [risos].”
Junto com os ídolos
“Ter a participação do Zeca [Pagodinho] é uma satisfação muito grande. Quase ninguém sabe, mas ele e o Jorge Aragão foram o início do samba que a gente conhece.»
Planos futuros
“Quero gravar um DVD dessa batalha toda, porque acho que a transição [para a carreira solo] não é uma coisa muito fácil, é para quem tem coragem. Você faz sucesso para caramba e, do nada, tem que recomeçar por um caminho onde nada é asfaltado e não tem acostamento. Isso não é para qualquer um.”