Após três anos, a banda canadense Arcade Fire volta com um novo álbum, “Everything Now”. Integrante essencial do grupo, Richard Reed Parry conversou com o Metro Jornal sobre a inspiração para o aguardado disco.
A faixa “Everything Now” foi o ponto de partida?
Não. Tínhamos muitas canções escritas e pensadas antes dessa. Algumas delas estavam rodando em torno de nós desde álbuns anteriores, como “Infinite Content”, que fizemos durante uma turnê anterior, mas ainda não a tínhamos terminado.
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Este álbum é o primeiro que sai após a morte de Bowie. Há algo dedicado a ele?
Não planejamos isso, mas acho que “Electric Blue” se relaciona com ele porque o refrão se refere ao trabalho e à visão que ele tinha das coisas. Não é algo que pensamos de forma deliberada, mas acredito que, talvez pelo timing e a forma como as coisas aconteceram, a canção se relaciona com ele.
Quais os planos para a próxima turnê da banda?
Queremos voltar a algo iniciado na última parte de nossa última turnê. Os shows terão palco central, com a plateia ao redor dele. Fizemos algumas poucas apresentações assim, na Europa, e foi diferente a cada vez. Então será um experimento interessante descobrir se seremos capazes de fazer isso bem.
Vai ser um desafio se manter conectado e sintonizado.
Nem tanto. É isso o que acontece quando você está em uma banda: estar em sincronia e ver e ouvir cada um dos outros. Essa é a definição de tocar música junto.
Você lembra que canção foi escrita mais rapidamente e qual levou mais tempo?
“Everything Now” levou bastante tempo, assim como “Electric Blue”. “Chemistry” foi bem rápida, mas “Infinite Content” foi mais ainda. Acho que fizemos os arranjos e a gravamos em uma hora. Acontece que ela tinha sido escrita originalmente como uma música punk e acabou se tornando country.
Vocês querem passar alguma mensagem com o disco?
Eu não seria capaz de dizer isso em uma só frase. Acho que “Infinite Content” e “Everything Now” são sobre a complexidade da cultura do imediato e do excesso de informações. Elas falam um pouco sobre a internet, a ideia de ter acesso a todo tipo de conteúdo e a necessidade de querer saber tudo. Acho que os humanos estão sentindo necessidade de preencher espaços com informação e acabamos com muito pouco tempo para pensar.
A indústria da música exige que artistas produzam conteúdo sempre. Como vocês controlam essa pressão?
É muito difícil. O tempo para a pesquisa artística desapareceu. É cada vez mais desafiador encontrar esse espaço em branco para a criação – mas é ele que buscamos.