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‘El Chapo’ processará Netflix por difamar sua imagem em série

Série "El Chapo" foi lançada em 23 de abril e está sendo um grande sucesso de audiência Handout/Comunicado

O «rei das drogas» mexicano Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán, que foi extraditado para os Estados Unidos em janeiro deste ano, está irritado com a imagem de «criminoso cruel» apresentada por uma nova série produzida sobre sua vida e transmitida pelo Netflix e pela emissora de TV «Univisión».

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Por meio de seus advogados, o poderoso chefão criminoso avisou que irá processar a gigante do streaming e a cadeia televisiva nos tribunais norte-americanos.

«Netflix e Univisión estão explorando seu nome e sua imagem com fins lucrativos e não com fins informativos», disse o líder dos advogados de Guzmán no México, José Refugio Rodríguez. Ele ainda acrescentou que é «inegável que isso afete, inclusive, seu processo penal nos Estados Unidos».

«Por essa razão, necessariamente, vamos abrir uma ação a qual estamos habilitados legalmente a fazer por ele em virtude de uma procuração», destacou o advogado para a emissora local «Radio Formula».

«É inegável que isso incomoda porque estão passando coisas que não correspondem à realidade e com respeito ao fato de que não há uma sentença condenatória sobre elas. Isso constitui uma grave violação da presunção de inocência», disse Rodríguez.

A série «El Chapo» foi lançada em 23 de abril e está sendo um grande sucesso de audiência nos dois países. Rodríguez, todavia, não antecipou quando será impetrada a ação contra a Netflix e a «Univisión» e incluiu que não tem uma comunicação direta com Guzmán, que está virtualmente isolado em uma cela de prisão em Nova York.

Não obstante, disse que espera a «luz verde» para iniciar a ação legal porque o conteúdo da série reflete coisas «que não são certas» e perfilam a imagem de Guzmán como «um criminoso cruel», o que poderia constituir um «ato de discriminação».

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O advogado adiantou ainda que o mais provável é que a causa seja aberta nos EUA porque esse é o país onde as duas empresas tem seus domicílios fiscais.

A ameaça de ir à Justiça ocorre pouco mais de 48 horas depois que uma deputada do estado de Sinaloa, ao qual Guzmán é ligado sentimentalmente, foi presa em San Diego, na Califórnia, por crime de «conspiração».

Lucero Guadalupe Sánchez, acusada de visitar o chefão do Cartel de Sinaloa, o mais poderoso do México, quando ele estava na prisão de Altiplano, foi presa quando tentava buscar asilo político com documentos falsos, informou sua advogada.

«El Chapo» tornou-se uma lenda por conta de sua audácia ao escapar por várias vezes de bunkers carcerários no México. A primeira vez, escapou da prisão de Puente Grande, no estado de Jalisco, em janeiro de 2001, e a segunda foi do presídio de Altiplano, em julho de 2015, através de um túnel de 15 metros de profundidade e de 1.500 metros de extensão.

Além disso, projeta também uma imagem combinada de «delinquente bom», um «Don Juan» – que se casou três vezes e teve casos com muitas mulheres com as quais teve diversos filhos – e um «empresário de sucesso» que edificou sozinho um império criminoso com presença em 52 países.

O próprio ativista e ator de Hollywood, Sean Penn, que o visitou em outubro de 2015 enquanto ele se escondia nas montanhas de Sinaloa, publicou para a revista «The Rolling Stone» uma fala de Guzmán.

«Providenciei serviços indispensáveis nas montanhas de Sinaloa, financiando tudo, desde comida até a construção de estradas e ajuda médica para as comunidades», disse o traficante.

Sem embargo, o governo mexicano fez o possível e o impossível para desmitificá-lo e borrar o imaginário popular sobre essas crenças, apresentando-o como um «criminoso cruel» ao qual se atribuem entre dois e três mil assassinatos.

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