O tipo de movimento que interessa ao Festival Contemporâneo de Dança vai na contramão do que chama a atenção. “A gente não procura a novidade ou a estreia. A gente busca estabelecer relações mais profundas entre os artistas e o público a partir do convívio com as obras”, explica a diretora artística Adriana Grechi.
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Esse caráter subversivo e radicalmente autoral se mantém na 9ª edição do evento, que abre hoje, às 17h, no Centro de Referência da Dança (debaixo do Viaduto do Chá) com um “rito coreográfico” proposto por Daniel Kairoz.
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Segundo Grechi, este foi o ano mais difícil de levantar o festival. “Tivemos que cortar parte da programação, mas uma série de produtores resolver nos apoiar como forma de resistência. Alguns estão abrindo mão de cachê.”
Seguindo a proposta da curadoria, a programação – majoritariamente gratuita – traz o francês Christian Rizzo , que fala sobre o exílio em “Sakinan” (de 4 a 6/11, na Galeria Olido – av. São João, 473, Centro). Depois, é a vez do mineiro Wagner Schwartz apresentar ali “La Bête” (dia 11), “Piranha” (dia 12) e “Transobjeto” (dia 13). “As pessoas podem ver como um trabalho vai levando ao outro e vai se expandindo e ficando mais complexo”, explica Grechi.
Nos dias 12 e 13, os portugueses Sofia Dias e Vítor Roriz mostram no Sesc Bom Retiro sua pesquisa sobre movimento e palavra em “Satélites” (ingressos a R$ 40).
Ao longo de todo o evento, o CRD recebe ainda a Plataforma Exercícios Compartilhados, na qual 20 artistas apresentam seus processos criativos.