Lançado seis meses depois de “Lemonade”, o disco da irmã mais famosa, “A Seat at the Table” não apenas dá continuidade à mensagem da causa negra, mas mostra que Solange é uma cantora tão preparada quanto Beyoncé – em algumas canções, chega a ser mais inspirada.
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Lançado de surpresa, o disco é o terceiro da carreira dela, que não divulgava novos trabalhos desde 2011. O tempo, no entanto, foi usado para amadurecer seu talento.
No álbum, uma canção conduz à outra, produzindo o efeito de uma conversa com a artista. Enquanto Beyoncé parte para a guerra, Solange é mais política e ácida.
Conquistar um clima intimista era objetivo de Solange, que buscou transmitir mensagens fortes de “identidade, empoderamento, independência, angústia e cura”, como define a artista.
Em “Don’t Touch My Hair’, ela compara o cabelo crespo a uma coroa. “Você não entende o que significa para mim”, canta Solange.
É na escolha dos ritmos que ela mostra seu talento, aproxima-se do R&B e do jazz, soando como uma mistura de Beyoncé, Corinne Bailey Rae e Janelle Monáe. Uma mostra da eficiência desse mix é a canção “F.U.B.U.”, talvez a melhor do disco, em que usa um suingue suave para brindar “à merda” que é oferecida aos negros em todo o mundo. Outro destaque é “Mad” – com uma introdução em que seu pai, Mathew, fala do preconceito sofrido na adolescência.
Outros destaques são “Cranes in the Sky” – com agudos afinadíssimos – e “Losing You”. Ambas ganharam clipes conceituais que reforçam a linha geral do disco: um delicado e dançante tapa na cara do ouvinte.
Veja o clipe da faixa «Don’t Touch My Hair»: