Parece ficção, mas o encontro entre Sigmund Freud (1856-1939) e Salvador Dalí (1904-1989) realmente aconteceu, no ano de 1938, em uma Europa pré-Segunda Guerra Mundial. O relacionamento improvável dos dois é tema de “Histeria”, espetáculo que estreia nesta sexta-feira (6) no Teatro Tuca.
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Dirigida e traduzida por Jô Soares, a obra é uma adaptação do texto do dramaturgo britânico Terry Johnson e também foi montada por John Malkovich, em 2004. Nela, o pai da psicanálise (Pedro Paulo Rangel) escapa dos nazistas e, à beira da morte, vai viver em Londres, onde recebe a visita do pintor surrealista (Cassio Scapin).
Vivendo entre o delírio dos remédios e a vida real, Freud começa a questionar algumas certezas. Um médico judeu (Milton Levy) e uma garota misteriosa (Erica Monteiro) ajudam a alimentar esses devaneios.
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“Freud sofria de câncer na boca e, no fim da vida, tomava uma injeção de morfina para aliviar a dor. Essa visita se passa no inconsciente dele, no momento em que ele cai em uma autoanálise. A realidade e a questão da fantasia se misturam no percurso do personagem”, explica Scapin.
A estreia do espetáculo estava agendada para a semana passada, mas precisou ser adiada após Rangel assumir o papel de Freud de última hora em substituição a Antônio Petrin, que deixou a peça devido a uma estafa.
A montagem marca o retorno teatral de Jô Soares – a última peça dirigida por ele foi “Três Dias de Chuva”, há três anos. “Histeria” também é o segundo encontro nos palcos entre o diretor e Scapin. Os dois trabalharam juntos em “O Libertino”, de 2011.
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“Jô é um gentleman, um homem inteligentíssimo, uma escola. Uma pessoa que entende de humor e usa isso com bom gosto extremo”, afirma o ator.
Serviço:
No Teatro Tuca (r. Monte Alegre, 1.024, Perdizes; tel.: 3670-8455). Estreia sexta (6). Sex. e sáb., às 21h; dom., às 19h. De R$ 50 a R$ 80. Até 31/7.