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Irmãos Coen mergulham na Hollywood dos anos 1950 na comédia ‘Ave, César!’

Joel e Ethan Coen não lembram quando ficaram obcecados com Eddie Mannix. Esse nome pode até não soar familiar, mas ele foi uma das figuras mais importantes da era de ouro de Hollywood, responsável por acobertar escândalos para a MGM. O filme mais recente dos irmãos, “Ave, César!”, que estreia nesta quinta-feira (14), é ambientado justamente nessa Hollywood dos anos 1950. Josh Brolin interpreta uma versão fictícia e mais suave de Mannix. Ele ainda resolve problemas aparentemente insolúveis, que incluem o sequestro de um astro (George Clooney), mas também se confessa, é bom para sua mulher e está tentando parar de fumar.

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O filme se passa no início dos anos 1950, mas há algo da história sobre a perseguição a roteiristas comunistas que parecia mais forte no fim dos anos 1940, com a criação de uma lista negra.
Ethan Coen: Você está um pouco errado. O comunismo ainda era uma questão ali.
Joel Coen: É uma mistura. Em 1950, 1951, o Comitê de Atividades Anti-Americanas ainda estava a pleno vapor. McCarthy ainda não tinha nem aparecido. A lista negra estava acontecendo.

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O que os fez incluir os roteiristas comunistas como os responsáveis pelo sequestro do personagem de Clooney?
JC: Nos encantou a ideia de eles serem roteiristas e comunistas e, mais ainda, de o personagem de Clooney abraçar prontamente essa ideologia. É engraçado que ele esteja tão à parte da vida real que, quando exposto ao que eles pregam, admite que o que eles dizem é verdade.
EC: Essa é a parte perigosa sobre comunistas: eles têm bons argumentos.

Vocês não fazem muitos filmes sobre o presente. “Queime Depois de Ler” foi o último, e já faz oito anos.
JC: Todos se tornam filmes de época depois de um tempo.
EC: Vida real é o dia de hoje. Quem precisa disso?

Muitos de seus filmes, como “Inside Llewyn Davis”, têm uma estrutura circular, na qual os personagens tentam escapar de seus problemas mas acabam mais enrolados neles enquanto o mundo segue adiante. Esse também tem um toque disso.
EC: É verdade em relação a “Inside Llewyn Davis”. Mas agora Eddie Mannix chega em algum lugar. Diferentemente de Llewyn Davis, ele resolve algo.

Como foi recriar gêneros antigos, como musicais, faroestes e épicos bíblicos, usando velhas técnicas?
JC: Foi desafiador. Os métodos e tecnologias que eles usavam se perdeu no tempo, especialmente em relação às cenas de natação. Era uma questão de engenharia reversa que não é mais feita. Temos agora a vantagem de usar imagens geradas por computador para misturar as coisas. Mas a maioria do que você vê aqui foi feito ao vivo. Usamos algumas tecnologias modernas para nos ajudar com problemas que precisavam ser resolvidos no set.

Veja o trailer:

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