O compositor e cantor Rodrigo Santos, ex-baixista do Barão Vermelho, lançou recentemente a biografia ‘Cara a Cara’ (Neutra Editora), que escreveu em conjunto com Ricardo Puglialli.
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Com prefácio de Roberto Frejat, o livro registra suas quatro décadas na música, assim como os trabalhos que fez ao lado de artistas como Lobão, Léo Jaime, Kid Abelha e Andy Summers, guitarrista do The Police.
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Ele falou com o Metro Jornal sobre a obra e sua luta pessoal contra as drogas.
Como foi passar a limpo seus 40 anos de carreira nessa biografia?
Foi muito difícil e ao mesmo tempo, muito prazeroso. Difícil porque minha história musical é longa e lembrar de tudo deu uma trabalheira enorme. Eu tive que montar uma cronologia e depois decidir o que era mais importante contar. O livro cobre toda minha trajetória, incluindo as coisas engraçadas e as coisas ruins também, desde a época que trabalhei com o Léo Jaime, com o Lobão, com o Barão, com o Kid Abelha e tudo o que eu senti emocionalmente e profissionalmente em todas essas fases.
O livro trata do seu problema com as drogas. Como foi falar desse tema de forma pública?
O livro é um testamento de como sobrevivi. Alí eu conto como as drogas foram entrando na minha vida a ponto de eu me ver forçado a parar com tudo em 2005. Eu revelo todos os bastidores daquele mundo na biografia e também conto como minha vida deu uma revira-volta, e eu passei de usuário a coordenador em uma clínica de recuperação. Tudo isso em somente nove meses de abstinência. Eu pensava que poderia ser um Rolling Stone, digamos assim, mas acabei metido em uma enrascada. Quando a conta do abuso das drogas chegou, eu tive que pagar. E foi caro, viu? Hoje eu estou há dez anos e meio limpo, sem usar nenhuma substância química e minha carreira solo continua deslanchando e vários projetos profissionais acontecendo. No final, eu decidi optar pela minha família e por viver com qualidade e foco.
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Qual o segredo para agradar ao público adulto, que gosta do som do Barão, sem perder os jovens, que estão descobrindo seu trabalho solo?
Esse é o grande desafio. Apresentar coisas novas e manter a qualidade nos shows é essencial. E fazer tudo isso com verdade e muito trabalho.
O Barão Vermelho está separado, mas se reuniu pela última vez para comemorar 30 anos de carreira. Tem alguma possibilidade da banda voltar “de vez”?
Talvez a pergunta mais difícil do ano. Não sei responder.