Morreu na manhã desta quarta-feira, 9, aos 71 anos, o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos. O músico era reconhecido internacionalmente e ganhou oito vezes o Grammy.
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Ele estava internado em estado grave no Hospital Unimed III, no Recife, desde a semana passada devido a complicações de um câncer no pulmão, descoberto em 2015. Nas últimas horas, o quadro clínico piorou.
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No último Carnaval, Naná participou da festa no Marco Zero e tocou ao lado de vários artistas.
Em suas redes sociais, o rapper Emicida falou sobre a perda. «Descanse em paz grande Naná Vasconcelos. Obrigado por compartilhar seus sons conosco! Dia triste para a música».
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, também lamentou o falecimento do percussionista e afirmou que foram muitos os serviços prestados por Naná à cultura brasileira e ao mundo.
O corpo será velado a partir das 14h desta quarta na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O enterro está marcado para esta quinta, 10, no Cemitério Santo Amaro, no Recife.
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Trajetória
Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu em 2 de agosto de 1944 e foi apelidado ainda criança pela avó como Naná.
Filho de um violinista, ele costumava acompanhar o pai em suas apresentações e acabou se encantando pela música. Com o tempo, se aprimorou nos maracatus. Com influência do clássico de Villa-Lobos ao rock eletrificado de Jimi Hendrix, ele conseguia valorizar os instrumentos de forma inigualável.
Na década de 60, Naná mudou-se do Rio de Janeiro para o Recife e gravou dois discos com Milton Nascimento. Depois disso, trabalhou com Geraldo Azevedo e Geraldo Vandré.
Nos anos 70 deu o pontapé inicial em sua carreira pelo mundo, com apresentações nos Estados Unidos e na Europa, o que o tornou um grande divulgador da arte brasileira. O pernambucano chegou a morar em Paris e Nova York, acompanhando respeitados artistas como B.B. King, Paul Simon, Gato Barbieri, Jean-Luc Ponty e David Byrne.
Por oito vezes foi eleito pela revista Down Beat, referência no meio do jazz e da música instrumental, como «o melhor percussionista de mundo», além de ganhar oito troféus no Grammy.
Seu último disco foi o 4 Elementos, lançado em 2013, inspirado na água, ar, terra e fogo. O pernambucano também foi um dos autores da trilha sonora da animação O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, que concorreu ao Oscar em 2016.
Naná Vasconcelos deixou mulher e duas filhas: Jasmim Azul e Luz Morena.
Veja vídeo com o percussionista:
