Músico faz temporadas anuais na Europa | Ivo Gonçalves/Divulgação
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O primeiro desafio apareceu ainda antes de o jornalista Márcio Pinheiro começar a escrever “Esse tal de Borghettinho”. Afinal, como biografar uma pessoa que está em plena atividade e segue no auge da carreira? “Este é o dilema. Assim que coloquei o ponto final, o livro já ficou defasado”, brinca o autor, que autografa o livro nesta quinta-feira, em companhia do próprio Borghetti.
Ícone da música feita no Rio Grande do Sul e um dos grandes instrumentistas brasileiros, o gaiteiro Renato Borghetti foi merecedor de uma biografia justamente por causa da qualidade e do alcance do seu trabalho, que já cruzou fronteiras de território e de estilo. O livro traça muito bem este percurso, que começa pelos bares de música gauchesca em Porto Alegre nos anos 1980 e vai seguindo pelo sucesso dos primeiros discos até a participação em grandes eventos musicais como o Free Jazz Festival e o Rock in Rio.
Borghetti também tem parcerias com todos os grandes nomes da música instrumental brasileira, de Hermeto Paschoal a Sivuca, de Dominguinhos a Yamandu Costa, sem contar as participações em shows de artistas de música popular e as turnês internacionais com seu quarteto. São pelos menos 150 apresentações por ano e mais de 20 discos gravados.
Márcio Pinheiro optou por terminar o livro com a festa de 50 anos de Borghetti, comemorados em 2013 com um churrascada entre a família e os amigos na Fazenda do Pontal, em Barra do Ribeiro. É neste mesmo local que o músico projeta seu futuro: a recém-inaugurada Fábrica de Gaiteiros, que reúne ensino de música e de confecção do instrumento. “Mais do que artista, ele sonha em ficar conhecido por ensinar novas gerações”, revela o autor.
“Esse tal de Borghettinho” não é um livro com revelações bombásticas. Talvez o maior mito em torno do músico seja sua personalidade tímida e de pouca conversa. “Isso não é verdade. O Renato é um cara muito divertido e um excelente contador de histórias. Também é uma figura de fácil convivência, um pai amoroso e um gremista de quem até os colorados gostam”, brinca o jornalista.
