Diretor com uma carreira consistente e nada óbvia, o brasiliense José Eduardo Belmonte segue em seu oitavo longa a missão de testar formatos sem deixar de buscar a comunicação com o público.
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Baseado em um conto de Sérgio Sant’Anna, “O Gorila”, que estreia nesta quinta-feira, aposta no suspense para narrar a história de Afrânio (Otávio Müller), um dublador forçado a se aposentar precocemente. Apesar de afastado do ofício, ele segue usando a dicção para criar personagens – só que, dessa vez, por meio de trotes. A história muda quando o alvo da brincadeira passa a ser ele mesmo, o que o obriga a confrontar seus próprios medos e descobrir quem ele realmente é por trás da voz.
Müller foi premiado pelo papel como melhor ator no Festival do Rio de 2012. “Acho que a voz do Otávio reflete o interno dele, que tem muito a ver com a essência do personagem. Alguém com muita personalidade e carisma, mas que também consegue acessar uma sensibilidade, uma melancolia”, afirma o diretor, que reflete sobre os dilemas de Afrânio. “Ele é alguém preso a si mesmo que precisa sair do isolamento e se encontrar pelo outro”, completa
Na pele das mulheres “seduzidas” pelos telefonemas estão Mariana Ximenes, Luiza Mariani e Alessandra Negrini, também premiada pelo papel como melhor atriz coadjuvante no Festival do Rio.
