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Al Pacino fala ao Metro sobre seu nove filme, ‘O Último Ato’

A vida do veterano ator Simon Axler (Al Pacino) é atuar, até que um bloqueio ocorrido em pleno palco o faz questionar se vale a pena viver sem aquilo que ele faz intensamente há 50 anos.

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Baseado no livro “A Humilhação”, do americano Philip Roth, “O Último Ato”, de Barry Levinson, acompanha os dramas desse “monstro sagrado” do teatro que enfrenta tendências suicidas enquanto envelhece e acaba embarcando em um relacionamento com uma lésbica bem mais nova que ele, vivida por Greta Gerwig (“Frances Ha”). Confira trailer no fim do texto.

Décadas separam as idades de Pacino e Gerwig, mas, por mais esquisito que possa parecer, isso não importa. “Ela é pouco convencional e o personagem que interpreto também. De alguma forma, eles pertencem um ao outro, apesar da disparidade de idade. Você simplesmente não pensa nisso”, afirma Pacino.

Parte disso se deve ao fato de a personagem dela não se importar com a diferença. “Logo no começo do filme ele diz ser muito velho para ela. E ela diz que não. Eles estão no mesmo mundo. As excentricidades deles permitem que essa não seja uma questão”, completa o ator.

Ele também elogia Gerwig por sua postura diante de situações embaraçosas, como quando, certa vez, eles estavam sentados em um carro esperando uma gravação e ela sacou um livro da bolsa em vez de engatar uma conversa mole com o astro. “Eu realmente gostei. Foi reconfortante. Isso realmente me relaxou e me fez pensar que eu não estava sozinho em minhas ideias sobre esse tipo de papo”, diz.

Pacino está com 74 anos e entende quando seu personagem pensa a respeito do palco como um espaço altamente exigente. “Fazer uma peça oito vezes por semana é um teste supremo de resistência, especialmente nos papéis que ele interpreta”, diz. “Você não passa incólume por ‘Rei Lear’. E você não pode fazê-lo se está esquecendo as falas. Conheço umas duas pessoas no momento que não conseguem mais ir ao palco por causa disso, e eles são grandes atores.”

O astro não é um fã qualquer do bardo inglês. Em 1996 ele dirigiu o documentário “Looking for Richard”, sobre atores lutando com textos do autor. “Quando você faz Shakespeare como ator, seu conhecimento dele é diferente de quem o assiste ou o lê. A única forma de entendê-lo é aprendendo a interpretá-lo. Você pode até ver a peça e obter uma porção disso. Mas, para conseguir a nuance, a sutileza e a poesia, você precisa lê-lo em voz alta”, conclui.

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