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Bailarinos da São Paulo Companhia de Dança levam performances ao MAM

Já faz um tempo que o conceito de museu entrou em revisão. Em vez de lugar de coisas antigas ou engessadas, ele passou a ser encarado como um espaço onde a memória se atualiza. Em resumo, é uma entidade viva. O MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) prova isso com força a partir desta terça-feira ao instituir o Museu Dançante, exposição criada em parceria com a São Paulo Companhia de Dança.

“Desde 2007 a dança começou a aparecer em instituições de arte contemporânea fora do Brasil, mas, do que vi, ela estava sempre como apêndice. A instituição não se modificava pela presença da dança. A ideia do Museu Dançante é ter a dança entrando no museu como um modo de a gente repensar o comportamento físico do público dentro do museu”, explica Felipe Chaimovich, que divide a curadoria com Inês Bogéa, diretora artística da companhia.

Na prática, isso significa que, durante os próximos dois meses, 38 obras do acervo do MAM, de artistas como Hélio Oiticica, Mira Schendel e Abraham Palatnik, passam a receber a interferência constante de 40 bailarinos.

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Três conceitos caros à dança norteiam as escolhas das peças em exposição: gravidade, desequilíbrio e flutuação. “Esses elementos apareceram para mim como comuns entre a composição coreográfica e as artes visuais. Selecionei obras que evidenciassem esses aspectos, e a montagem permite que os dançarinos a ocupem coreograficamente”, completa Chaimovich.

Além de improvisações e performances por entre as obras na grande sala, a companhia terá um espaço fixo na sala Paulo Figueiredo, onde os coreógrafos Rafael Gomes e Clébio Oliveira vão direcionar os bailarinos.

Quem visitar o museu durante o período vai poder conferir os dois em ação, conduzindo processos de criação e ensaios às vistas do público, que vai poder intervir na obra enquanto ela está sendo gestada.

É o caso do trabalho de Gomes, que também é bailarino do grupo. Ele vai se valer da interferência de crianças para compor uma obra em torno da ideia de flutuação, convertendo o espaço em um imenso céu. Já Oliveira quer brincar com a gravidade ao colocar os bailarinos para dançar verticalmente, nas paredes do espaço. “Não quero falar da gravidade do ponto de vista da física, mas a partir do ponto de vista poético e, principalmente, da fantasia”, diz o carioca hoje radicado na Alemanha.

O resultado dos processos será apresentado no dia 15 de março, mas, antes da estreia, é difícil prever o que vem por aí. “A ideia é ver o que acontece. É um situação experimental mesmo”, conclui o curador.

Serviço: MAM (av. Pedro Álvares Cabral, s/n, parque Ibirapuera, tel.: 5085-1300). Abre nesta terça-feira. De ter. a dom., das 10h às 18h. R$ 6. Até 20/3.

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