
Quando Olavo Setúbal (1923-2008), fundador do Banco Itaú, começou a colecionar arte em 1969 ao adquirir o quadro “Povoado numa Planície Arborizada”, de Frans Post, ele não podia imaginar que, cerca de quatro décadas depois, teria um dos maiores acervos artísticos do mundo, com cerca de 12 mil itens.
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Parte significativa dessa coleção chega aos olhos do público neste sábado (13) com a abertura do Espaço Olavo Setúbal, no Itaú Cultural. Dividida em nove módulos, a área ocupa dois andares do centro cultural, redesenhados para receber cerca de 1.300 obras representativas do que de mais marcante foi produzido no país nos últimos 5 séculos. O quadro de Post está lá, ao lado de outros nomes importantes na tarefa de retratar o país ao longo de todos esses anos, como Albert Eckhout ou Jean-Baptiste Debret.
“O objetivo do espaço é oferecer ao visitante uma área permanente sobre o Brasil. Isso é raro no país”, diz Eduardo Sarton, diretor do Itaú Cultural.
Mapas, gravuras, óleos, livros e documentos são o grosso da mostra, mas moedas, medalhas e condecorações também ganham espaço importante, com cerca de 400 peças selecionadas por Vagner Porto, curador de numismática da instituição.
O módulo “O Brasil dos Naturalistas” é de fazer saltar os olhos. Mais de 300 gravuras da fauna e flora estão expostas em duas paredes envolvendo a escada que leva ao segundo andar do espaço. “Esse é o abre-alas da exposição”, brinca o curador Pedro Corrêa do Lago.
O projeto expográfico foi criado por Daniela Thomas e Felipe Tassara, que priorizaram o branco das paredes e do chão. “Não há pirotecnia, mas, sim, um alto investimento e o que havia de mais moderno na área [para a montagem]”, explica Daniela. “Assim as obras trazem um contato muito mais pessoal e direto”, complementa.
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