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Professor de documentário em uma faculdade na Venezuela, Carlos Caridad Montero se surpreendeu ao perceber que 5 dos 7 projetos de conclusão de curso de seus alunos abordavam, em alguma medida, a aparência física, em especial a feminina.
“Me dei conta de que havia uma preocupação que ia além da superficialidade dos concursos de beleza”, afirma o diretor, que a partir daí passou a investigar o tema para um documentário. Em paralelo, nascia também o argumento de “3 Belezas”, longa de ficção que tem sua última exibição nesta quarta-feira, às 15h15, no Espaço Itaú Frei Caneca, dentro da 38ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
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O filme é conduzido por Perla (Diana Peñalver Denis), uma ex-miss que toma como missão de vida transformar a filha mais velha em rainha da beleza ainda na infância.
O plano dá errado e é abandonado, mas volta à tona quando Carolina se torna uma linda jovem. Nasce então uma rivalidade entre ela (Fabiola Arace) e a irmã Estefanía (Josette Restifo): a primeira não cede aos padrões, enquanto a segunda se submete a eles para ficar “perfeita”.
Tudo isso é abordado com uma boa dose de humor negro. “Essa é uma realidade muito horrível, mas eu temia que o filme aparentasse ter uma posição favorável caso tratasse tudo de forma séria. O humor entra como ferramenta para demolir essas estruturas”, diz o diretor.
Para ele, o padrão estético exigido nos concursos é antinatural. “Eles são muito classistas e excludentes, beirando o racismo. O mais grave de tudo é que as garotas começam nessa vida aos 6 anos, apoiadas por suas mães. Por isso que, mais do que abordar o sistema, foco o filme nas mães”, explica.
A expectativa de Montero é que “3 Belezas” consiga introduzir um debate até então inexistente na Venezuela, mas com diversão. “Se as pessoas saírem do filme e o discutirem, para mim já terá sido um sucesso”, conclui.