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A maior missão do Doutrinador não é salvar a cidade ou prender um criminoso no final do dia. É fazer sucesso em um país onde, historicamente, somente super-heróis norte-americanos se destacam.
“‘O Doutrinador’ atingiu um público mais amplo do que os leitores habituais de quadrinhos. Isso com certeza se deve à atualidade das histórias e à revolta das pessoas com a classe política”, acredita Luciano Cunha, criador do personagem que combate de maneira violenta políticos, empresários e até magnatas corruptos da mídia inspirados em personagens reais.
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As histórias são publicadas em uma página no Facebook que soma mais de 37 mil curtidas. O autor diz que editoras se interessaram pelo material, mas queriam mexer no conteúdo com receio de sofrerem processos judiciais.
“Os artistas são muito talentosos, mas ninguém consegue sobreviver decentemente só de quadrinhos”, reclama Luciano, elegendo a falta de leitura como uma das causas dessa situação. “Foi esse modelo, que trata muito mal o autor, que me fez publicar sozinho. Dá mais trabalho, mas o retorno vale a pena”, diz. O primeiro arco de histórias ganhou uma edição de 84 páginas editada de maneira independente e vendida pela internet. O roteiro da segunda, publicada agora, contou com ajuda do músico Marcelo Yuka, ex-baterista da banda O Rappa.
A empresa Oktagon está desenvolvendo um jogo do personagem. Além disso, negociações estão em andamento para a criação de um action figure e o lançamento do material na Europa. Sobre críticas de incentivo à violência, Luciano cita o cinema como um exemplo de que as pessoas sabem separar a realidade da ficção. “O que incentiva a violência é a nossa impunidade escandalosa e a desigualdade abissal”, diz.
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