O Brasil – e em especial o Nordeste – perdeu um de seus principais intelectuais. Internado desde segunda-feira no Real Hospital Português, no Recife, devido a um AVC, Ariano Suassuna morreu nesta quarta, após sofrer uma parada cardíaca.
Em seus 87 anos, o escritor e dramaturgo paraibano radicado em Pernambuco foi um dos maiores defensores da cultura regional tradicional e de sua fusão com o erudito a partir do Movimento Armorial, fundado em 1970 para estimular artistas de diversas linguagens a trabalharem com base nesse preceito.
Seu apreço pelo regional era diretamente proporcional a sua rejeição à cultura de massa, motivo pelo qual se desentendeu com Chico Sciense quando o líder da Nação Zumbi resolveu misturar rock com maracatu.
O maior legado de Suassuna, no entanto, foi elevar a auto-estima do nordestino, fazendo-o valorizar suas origens. Homenageado neste ano pelo bloco de carnaval Galo da Madrugada, no Recife, Ariano fez sua última aparição na última sexta, no Festival de Inverno de Garanhuns.
O corpo do escritor será enterrado hoje, às 16h, no cemitério Morada da Paz, em Paulista, na região metropolitana do Recife.
Ariano deixa legado enorme e vazio infinito, afirma Eric Nepomuceno
O escritor e tradutor Eric Nepomuceno conversou por telefone com o Bandnews TV. Ela falou sobre a perda para a dramartugia e literatura brasileira.