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Lembra daquela euforia do Coldplay em alguns de seus últimos discos, como “Viva la Vida” (2008) e “Paradise” (2011)? Esqueça. Os tempos são outros na vida do quarteto britânico.
Chega este mês às lojas “Ghost Stories”, o sexto álbum de estúdio da banda, uma verdadeira reunião de melancolias e saudades, temáticas que permearam a vida do vocalista Chris Martin nos últimos tempos. Tudo por causa da separação do músico da atriz norte-americana Gwyneth Paltrow, bem no começo das gravações.
O que se ouve ao longo de nove faixas são variações de emoções, como se o compositor/cantor estivesse sem rumo em um trabalho sem cor, ou melhor, bem cinzento. “Always in my Head” abre o disco, tratando de arrependimentos e solidão. Canções como “Another’s Arms” e “True Love” também mostram bem em suas letras as dores de cotovelo vividas pelo cantor.
Esse caminho lembra o tom dos primeiros álbuns do Coldplay, no homônimo de estreia, de 2000, e “A Rush of Blood to the Head” (2002). A diferença entre eles é que dessa vez as composições de Chris parecem mais rasas, sem a mesma inspiração e delírios do começo da carreira.
Outro ponto a ser observado é o uso um tanto excessivo de sintetizadores e recursos eletrônicos, seja na bateria eletrônica de “Magic”, ou em ‘A Sky Full of Stars”, música que destoa das outras, impondo um ritmo que lembra uma pista de dança. E isso Não é um elogio.
Essa energia para por aí, pois “O” encerra o disco em um clima de despedida no piano de Martin, deixando aquela sensação de que o Coldplay já foi capaz de fazer álbuns mais bem elaborados, coesos e mais audaciosos.
Uma versão especial de ”Ghost Stories” ainda traz mais duas músicas inéditas, “All Your Friends” e “Ghost Story”, além de uma versão instrumental e reduzida de “O”.