Quando o diretor Bryan Singer anunciou o projeto de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”, causou um alvoroço entre os fãs dos filmes dos mutantes criados pela Marvel Comics. A excitação se deu por conta uma decisão arriscada.
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A ideia era misturar atores dos dois braços da franquia cinematográfica: o que varou os anos 2000 – imortalizando Hugh Jackman como Wolverine – e o iniciado em 2011 com “X-Men: Primeira Classe” – mostrando a origem dos primeiros mutantes ainda nos anos 1960, com novos atores.
O que poderia ser uma bagunça se transformou em um filme de ação com argumento consistente e bom ritmo, capaz de delinear o timing certo de cada personagem na cena. O mote para unir os dois elencos é uma trama de viagem no tempo.
Na produção, que estreia nesta quinta-feira, Charles Xavier (Patrick Stewart) e Magneto (Ian McKellen) enviam Wolverine de volta ao ano de 1973 para impedir que Mística (Jennifer Lawrence) se torne objeto de estudo das pesquisas científicas de Bolívar Trask (Peter Dinklage), responsáveis pela criação de armas que estão causando o extermínio dos mutantes nos dias atuais.
Para isso, Wolverine precisará convencer um deprimido Professor Xavier (agora na pele de James McAvoy) a retomar seus poderes e se aliar mais uma vez a Magneto (vivido em sua versão jovem por Michael Fassbender).
Em passagem pelo Brasil na semana passada, os intérpretes das duas fases do Professor Xavier comentaram a abordagem tomada para o personagem, que tem como habilidade entrar na mente dos outros. “Charles tem um grande cérebro, mas um coração ainda maior. Para mim, sua característica definidora é a empatia, e isso é o princípio do amor. É por isso que ele consegue suportar a dor, a tortura. Nesse filme, nós o vemos diante da sua própria dor”, afirmou McAvoy a jornalistas em São Paulo.
Stewart traça um paralelo entre a trama do longa – em que mutantes de lados opostos se juntam em prol de um bem comum – e o momento atual. Para ele, momentos de crise pressupõem união. “Sinto muita confiança [na humanidade] quando grupos que pareciam não encontrar um terreno comum conseguem fazê-lo. O maior desafio que enfrentamos hoje é o aquecimento global. Talvez seja isso que vá nos conectar, todos”, afirma.
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Segundo McAvoy, o que diferencia os X-Men dos demais super-heróis é a humanidade deles, apresentados com uma abordagem que os torna metáfora das minorias do mundo de hoje, como mulheres, negros e homossexuais. “Eles são de verdade. Seus superpoderes são, em geral, limitados a um aspecto. Ainda assim, eles são aniquilados e maltratados por serem diferentes e têm medo de sair do armário e mostrar sua verdadeira natureza. Essa é uma experiência muito humana”, conclui.
Veja o trailer: