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Retorno do Ira! é um dos destaques da Virada Cultural

Vocalista e guitarrista em ensaio do Ira! | André Porto/Metro
Vocalista e guitarrista em ensaio do Ira! | André Porto/Metro

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Após uma série de brigas e uma separação que durou sete anos, o Ira!, uma das principais bandas dos anos 1980 e fortemente identificada com a cidade de São Paulo, está de volta, dando início a uma nova turnê, que começa com o show deste sábado no palco Júlio Prestes da Virada Cultural. (confira os horários do metrô no fim do texto)

A reunião surgiu após um telefonema de Nasi, vocalista da banda, para Edgar Scandurra, guitarrista, no qual resolveram deixar as mágoas de lado. Algum tempo depois Scandurra acabou convidando o antigo vocalista para participar de um show beneficente. “Foi uma surpresa, a gente não se falava há tanto tempo. Ele ficou sabendo desse show, e acho que buscando uma reaproximação, e passar uma borracha numas coisas desagradáveis que haviam rolado, propôs colaborar, e disse que estava à disposição”, explica o guitarrista.

A nova formação deixa de fora Ricardo Gaspa e André Jung, respectivamente o baixista e o baterista que acompanharam a banda entre 1985 e 2007. “Acho que é o momento de curtir essa formação nova”, diz Scandurra, que reconhece a importância dos antigos colegas. “Não posso descartar a volta deles, são músicos que tocaram com a gente por quase 20 anos”, diz. Já Nasi é mais categórico: “acho que eles podem eventualmente participar de alguma maneira, mas essa formação veio para ficar.”

O atual repertório conta com uma música inédita, que deve entrar no show da Virada. Embora ainda não exista planos concretos de gravar um novo disco, a banda afirma que considera entrar no estúdio após a atual turnê. Entre a extensa discografia da banda, “Mudança de Comportamento”, de 1985, e “Psicoacústica”, de 1988, são unanimidades entre os dois músicos.

O som tocado pela banda no início da carreira se popularizou recentemente por meio de bandas como o Franz Ferdinand, que resgatam a sonoridade pós-punk da década de 1980. “Eu acho que essa nova geração é influenciada pelas mesmas coisas que a gente, como Gang of Four, Cure. Mas era impossível tocar esse tipo de som nas rádios da época. Acho que hoje em dias as pessoas estão mais preparadas, o que mostra como a cena paulista estava muito a frente do seu tempo.”

Os dois afirmam também que não pretendem abandonar seus projetos paralelos com a volta da banda. “A ideia é ter períodos de alternar prioridades. Combinei com o Edgar de me concentrar no Ira! durante os dois próximos anos”, explica Nasi.

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Mercenárias 

Entre esses projetos paralelos está o Smack, banda que reúne Scandurra e Sandra Coutinho, e toca na Virada Cultural, hoje, às 23h, no CEU Penha. Sandra é mais conhecida como a baixista das Mercenárias (onde Scandurra chegou a tocar bateria), que toca amanhã, às 15h, no palco São João.

Sobre a volta do Ira!, de quem chegou a testemunhar os primeiros ensaios, ela comenta: “Não sei como vai ser no palco, mas os dois têm muita força. É  um desafio não ser igual ao que você era, eles têm que se renovar de alguma forma”, diz.

As Mercenárias são fortemente identificadas com a cena pós-punk paulistana dos anos 1980, mas Sandra gosta de frisar a originalidade da banda. “Nada influenciava a gente diretamente. Nina Hagen, Patti Smith, Devo, essas coisas eram mais importantes pelo que  representavam”, afirma a baixista

Ela ainda conta que está negociando o relançamento do segundo disco da banda, “Trashland”. “Quero montar uma banda mais consistente e tocar o repertório do disco. Vou tentar fazer no segundo semestre”, conta.

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