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Daniel Ek defende serviço de streaming de músicas e diz como isso funciona

CEO do serviço de streaming de músicas Spotify rebate queixa de artistas como Thom Yorke | Spencer Platt/ Getty Images
CEO do serviço de streaming de músicas Spotify rebate queixa de artistas como Thom Yorke | Spencer Platt/ Getty Images

No passado, para ouvir música na internet, você precisava pagar ou baixá-la de forma ilegal. Isso mudou com o advento dos serviços on-line de distribuição de música. Desde 2008, o Spotify vem possibilitando a audição gratuita de faixas via streaming a computadores e smartphones de seus usuários. A previsão é que o serviço comece a operar no Brasil neste ano, competindo com Deezer, Napster e Rdio. É uma grande notícia para os fãs de música, mas muita gente vê o serviço como uma ameaça à longevidade dos artistas. O vocalista do Radiohead, Thom Yorke, atacou o serviço e retirou suas canções dele no ano passado. Mas, na visão do cofundador e CEO do Spotify, Daniel Ek, conteúdo gratuito é a chave para a sobrevivência da indústria da música, como ele conta ao Metro Jornal.

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Em que sentido sua missão de hoje difere da de quando você lançou o Spotify?

Ela continua a mesma. Começamos a empresa porque víamos pessoas ouvindo mais música do que nunca ao mesmo tempo em que a indústria musical estava afundando. Por quê? Por causa da pirataria. E como você combate a pirataria? Tentaram fazê-lo por meio da lei, processando vários usuários, mas a única solução que funcionaria no longo prazo seria criar um produto melhor que a pirataria. Acreditamos que, com isso, podemos levar música a cada pessoa do mundo e, ao mesmo tempo, fazer  a indústria da música voltar ao que era e ser muito mais.


As gravadoras ainda não são muito fãs do Spotify. Você é simpático a elas?

As gravadoras trabalham conosco há quase cinco anos e tenho certeza que não o fariam se não gostassem do que fazemos. No momento, somos a maior fonte de renda delas depois do iTunes. Você provavelmente se refere a artistas tendo controvérsias em relação ao que percebem ser uma perda de renda devido ao fato de pessoas os ouvirem em serviços como o Spotify. Minha resposta para eles é que estamos nos estágios iniciais do streaming. Ainda não sacamos qual é o modelo perfeito, mas as coisas vão mudar. Na Suécia tivemos esse debate anos atrás, mas ele já morreu, porque a indústria de música de lá cresceu com o Spotify – somos hoje responsáveis por 70% da receita de discos do país. Isso significa que as gravadoras estão pagando mais aos artistas.

Você quer que o Spotify seja uma fábrica de conteúdo?

Não queremos nos tornar criadores de música, mas os artistas podem disponibilizar músicas no serviço por conta própria. Nosso foco é ter mais faixas para os usuários.

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Alguém de sua equipe colocou uma até então desconhecida Lorde na playlist do Spotify, o que a transformou em estrela instantânea. Você quer que sua empresa aponte novos astros?

Queremos ajudar artistas, mas sem esse papel. Nossa missão é democratizar a indústria da música para que os amigos dos usuários sejam os responsáveis por tal feito.

Mas, afinal, de onde virá o dinheiro para isso? No fim das contas, as pessoas apenas querem tudo de graça…

Acho que os consumidores pagarão por qualidade. As pessoas pagam mais por produtos da Apple porque percebem que eles têm mais qualidade. Veja também a mídia noticiosa. É possível ter informações de graça, mas mesmo assim eu assino o “Wall Street Journal” porque ele me fornece conteúdo aprofundado que eu julgo merecer ser pago. Acho que veremos surgir vários tipos diferentes de modelo de negócio.

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