Quando Millos Forman decidiu transformar a peça de Peter Shaffer no filme “Amadeus”, em 1984, popularizou uma rixa artística que continua a despertar curiosidade mais de dois séculos após o embate de seus protagonistas.
Os personagens, no caso, são os compositores Antonio Salieri (1750-1825) e Mozart (1756-1791). Esforçado em seu ofício, o primeiro teria invejado a genialidade e a facilidade com que o segundo criava.
Essa suposta cobiça inspirou Dib Carneiro Neto a escrever “Um Réquiem para Antonio”, que estreia sexta no Tucarena. A peça acontece nos segundos finais de vida de Salieri (Elias Andreato), em meio a alucinações de sua relação com Mozart (Claudio Fontana), morto anos antes.
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“Quanto mais eu buscava o que era verdade [dessa história], lembrava como a ficção era importante e quanto eles dois são exemplos fortes de um exercício de imaginação”, diz o dramaturgo.
Tal leitura inventiva é reforçada pela direção de Gabriel Villela. Com pé fincado no teatro de rua, como visto em suas colaborações com o Grupo Galpão, ele buscou popularizar a encenação ao adotar uma estética clown.
“Não existo sem o circo – essa é minha história verdadeira – e o picadeiro é capaz de concentrar esses arquétipos”, explica ele, numa referência ao fato de a peça ser montada em palco de arena.
Apesar de ter 35 anos como ator, Andreato viveu sua primeira experiência dessa linguagem com “Réquiem”. “O que o Gabriel propõe é extremamente poético e esse requinte deixa o ator muito seguro em cena”, afirma.
Com cenografia de Márcio Vinicius, figurinos de José Rosa e adereços do artista potiguar Shicó do Mamulengo, a encenação é entrecortada por partituras de Mozart e canções entoadas por Mariana Elizabestsky e Nábia Vilela.
Serviço:
No Tucarena (r. Monte Alegre, 1.024, tel.: 3670-8455). Sex. (R$ 40) e sáb. (R$ 50), às 22h; dom., às 19h (R$ 50).