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A mobilidade do tempo

O Ano Novo vai se aproximando e, aos poucos, os dias do calendário vão sendo riscados e abandonados ao passado das nossas memórias. Costuma se ouvir que é tempo de renovação. De fazer votos e novos planos. Também se deseja aos amigos e aos desconhecidos saúde, amor, paz e sucesso no Ano Novo.

Mas que mistério é esse chamado tempo? E por que, ou por qual fenômeno natural o Ano Novo se inicia quando o antigo termina?

Há muito tempo que o próprio tempo intriga e instiga filósofos, cientistas, economistas e todos nós. Embora a gente perceba a passagem e os efeitos do tempo, ainda não temos uma definição 100% precisa do que ele seja.

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No Período Paleolítico, os caçadores já mediam o tempo, marcando os dias entre as fases da Lua por meio de traços em gravetos e ossos.

Porém, o mais antigo instrumento de medir a passagem do tempo, o “Gnômon” – relógio de Sol – data de aproximadamente 3500 a.C. Séculos depois foi inventada a ampulheta, que emprega a areia e a gravidade, e também a clepsidra, um relógio no qual o fluxo de água substitui a areia.

Já os relógios mecânicos começaram surgir no século XIV, com alguns princípios básicos que permanecem até hoje: molas, rodas dentadas e ponteiros.

Em comum com os instrumentos e com a nossa percepção, o tempo está associado ao movimento e à eterna alteração de algum estado ou posição da matéria.

Assim, tempo e movimento e, consequentemente, mobilidade estão casados de forma inseparável para sempre. As próprias definições e leis da física se estruturam nesta simbiose única entre movimento e tempo. Por exemplo, a velocidade é definida como sendo a distância percorrida dividida pelo tempo.

Se por um lado vivemos cada vez mais sob a tirania de que “tempo é dinheiro” e que é preciso ser mais e mais produtivo, pois a tecnologia da informação está ao nosso dispor para não perdermos tempo, por outro lado o modelo de mobilidade urbana baseado no carro nos faz perder cada vez mais o precioso tempo de nossas vidas. Em congestionamentos, acidentes, poluição do ar, cansaço, desesperança.

Que a gente possa refletir sobre esse padrão superado e humanizar os nossos movimentos com mais transporte ativo como bicicleta, caminhada e modais coletivos. Os trilhos são essenciais no Brasil e já foram a espinha dorsal do país em outras décadas – infelizmente foram extraídos em nome do interesses de poucos.

Que em 2021, além da vacina contra a Covid-19, a gente possa ter mais tempo para se movimentar com saúde, caminhando, pedalando e aproveitando os momentos com a família e os amigos. Feliz 2021 com muita mobilidade e movimento para o bem!

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