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E a acessibilidade, como fica?

Se as cidades brasileiras são conhecidas pelo trânsito violento, focado no carro e na velocidade – o que causou, apenas em 2019, mais de 30 mil mortes no país –, imagine então como fica a situação das pessoas que têm problemas de acessibilidade.

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Ainda mais vulnerável do que pedestres e ciclistas, a população com deficiência encontra obstáculos no seu ir e vir em pleno século 21 – período em que cidades desenvolvidas contam com formas inclusivas de projetar, urbanizar e garantir segurança viária e adaptação para esse amplo e importante grupo de pessoas. De acordo com o Censo mais recente do IBGE, 45 milhões de brasileiros têm alguma deficiência física e necessitam de políticas públicas para viver plenamente.

E trata-se de um direito fundamental, assegurado na Constituição Federal brasileira, embora não seja cumprido.

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Importante também incluir nesse grupo os idosos, igualmente “invisíveis” para os políticos e gestores, e com necessidades especiais. O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da população do país. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo IBGE.

O que fazer? Se preparar para que as pessoas com deficiência e os idosos tenham os mesmos direitos e oportunidades do que o restante da população. Eliminando barreiras como calçadas desniveladas e sem rebaixamento; projetando nos espaços públicos rampas, elevadores e banheiros adaptados; implantando mais vagas exclusivas em estacionamentos e sinalização sonora para deficientes auditivos, além de piso tátil para deficientes visuais.

Em relação ao lazer, há projetos sociais inclusivos sendo feitos em cidades litorâneas, ajudando os cadeirantes a aproveitar a praia e o banho de mar. No Rio de Janeiro, o projeto Praia para Todos (agora suspenso, devido à pandemia) já beneficiou mais de três mil pessoas, entre deficientes, acompanhantes e seus familiares. Instalado na Praia de Copacabana (Posto 6) e na Praia da Barra da Tijuca (Posto 3), tem uma equipe especializada que oferece banho de mar assistido com cadeiras anfíbias (com pneus mais largos e de borracha), piscina infantil, jogos recreativos, vôlei de praia sentado, frescobol e surfe adaptado, além de handbike, um triciclo com propulsão a braço, que torna possível “pedalar” com as mãos. Ideias criativas e muito bem-vindas para melhorar a mobilidade e a qualidade de vida de milhões de brasileiros de todas as idades

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