Saúde, meio ambiente, economia financeira, bem-estar… A forma como nos locomovemos afeta as mais diversas áreas, pesa no bolso público e privado, colabora para a melhora ou a piora da qualidade de vida e da saúde e pode até aumentar as desigualdades sociais.
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Isso porque a mobilidade urbana está intimamente relacionada à vida e à saúde das pessoas e das cidades. Países desenvolvidos já se atentaram a isso há muitos anos. Eles planejam a mobilidade para que ela seja uma solução, e não um problema. Investem fortemente no transporte coletivo, nos modais sustentáveis e ativos (como a bicicleta) e nos veículos elétricos.
No Brasil, segundo a Lei 12.587/12, os Planos de Mobilidade Urbana devem tratar da circulação de pessoas e bens e não só dos veículos, priorizando o pedestre e o transporte coletivo e não apenas o automóvel. Mas, na contramão de outras nações, o nosso país sempre priorizou o carro, vendido como símbolo de status e poder.
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Já ouviu falar de ansiedade climática?
Hoje, corremos atrás do prejuízo para reduzir os altos índices de poluição, os acidentes e o stress diário dos congestionamentos que consomem tempo, saúde e dinheiro.
Em cidades como São Paulo, as pessoas gastam um quarto do dia para se deslocar de casa para o trabalho, um quadro que pode agravar problemas de saúde física e também mental, como ansiedade e depressão.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 6 milhões de pessoas no mundo morrem anualmente devido à poluição do ar. Até 2050, ela será a principal causa das mortes prematuras por câncer de pulmão em nível global, de acordo com estudo publicado pela revista Nature. E os países em desenvolvimento são apontados como os mais vulneráveis a este mal.
Precisamos mudar esse cenário. A população sedentária, isolada, confinada e com pouca convivência no espaço urbano, presa no trânsito, sinaliza um futuro sombrio.
O quadro pode ser mudado se os gestores públicos pensarem as cidades de uma forma inteligente, humana e sustentável, relacionando a mobilidade urbana com a saúde pública.
Tornar as ruas mais seguras e prazerosas para o caminhar, com calçadas, faixas e tempos semafóricos decentes; implantar ciclovias e estimular o uso da bicicleta; investir no transporte público e adotar políticas de incentivo para os veículos elétricos são metas urgentes para os gestores brasileiros. Bons planos de mobilidade influenciam na forma como a população se desloca e contribuem para a saúde das pessoas e das cidades.