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Velozes, assassinos e furiosos

Nunca foi tão arriscado colocar o nariz pra fora de casa. O fato de você sair pra trabalhar ou até mesmo ter um tempo de folga em família virou um ato de sobrevivência numa guerra urbana que não acaba mais. Mesmo quando a coisa não é diretamente com você, acaba virando. Polícia perseguindo bandido pelas ruas das cidades brasileiras virou rotina. Nós, é claro, temos que nos desviar desses canalhas assassinos, que, se não te matam roubando, acabam te atropelando sem dó.

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Tem agora quadrilhas de falsos entregadores de comida, que, quando não aplicam o golpe do cartão na maquininha, cercam armados seu carro ou moto com cardápio variado de balas que certamente não são doces como a Sete Belo da nossa infância. Coitados dos verdadeiros entregadores, que, debaixo de chuva ou sol, ganham uma merreca pra trabalhar de verdade e agora são parados em qualquer blitz. Sem esquecer os motoristas de aplicativos, que viraram alvo de criminosos e morrem todo dia atrás desse volante que quase sempre foi a última solução para o desemprego. Só no último mês foram sete mortes. A motorista mais velha tinha 46, e o mais novo, 24 anos.

Na cartilha desses velozes assassinos furiosos, nem dia santo é respeitado. No último sábado, dois guardas civis metropolitanos e suas mulheres foram de moto agradecer e pedir proteção em Aparecida, no dia da padroeira. Foram cercados por cinco criminosos num posto em Itaquaquecetuba. Queriam suas motos. Mataram a namorada de um policial, que deixou dois filhos órfãos em pleno Dia das Crianças, e a outra mulher levou um tiro no joelho. Tragédia que poderia ter sido maior: pai, mãe e três filhos pequenos escaparam por milagre, ilesos, do tiroteio.

Quando isso vai mudar? Talvez quando deputados e senadores seguros com nosso dinheiro em Brasília votarem leis pesadas pra quem mata sem dó o já sofrido povo brasileiro.

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