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Novas gerações se movem de forma diferente

Na Espanha, o recente “Estudo de Opinião sobre Segurança Viária entre Jovens”, feito pela Fundação Abertis com dois mil estudantes, apontou que a carteira de habilitação não é meta para a maioria. Entre os pesquisados, 64,4% não tinham a carteira, e 80% deles disseram usar diariamente o transporte público, no caso integrado por ônibus, metrôs e trens. O estudo concluiu que mais de dois terços dos jovens na Espanha caminham ou usam o transporte público. Já a bicicleta é o meio utilizado por 20% dos entrevistados.

Nos Estados Unidos, país em que o carro sempre foi considerado um item obrigatório, quase um “passaporte” para a vida adulta, os hábitos de mobilidade urbana têm mudado drasticamente. Na verdade, seja por questões econômicas – pois é muito caro manter um automóvel –, por motivos de sustentabilidade e até mesmo para não se sentirem presos e reféns do trânsito, grande parte dos millenials hoje, no mundo todo, prefere não ter mais um carro para chamar de seu.

A força da economia compartilhada

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Outra coisa interessante é que o carro hoje não é mais sinal de status, como era no século 20, símbolo de poder e até virilidade – o conceito norte-americano também vendia a ideia de “liberdade” que o automóvel proporcionava. Já não se pode dizer que ter um carro nos torna mais livres. A prisão dos congestionamentos e o alto nível de stress são motivos para deixar de ter um na garagem. Como usuários de aplicativos as pessoas até seguem dentro de um carro, mas não cogitam mais a posse como antes.

Estima-se que a emissão de carteiras de motorista no Brasil deve cair pelo quinto ano seguido em 2019. De 2014 a 2018, a média mensal de emissão da CNH despencou 32%.

Presidente e CEO da Zipcar, empresa pioneira no mercado norte-americano de compartilhamento de carros, Scott Griffith explica que uma família média nos Estados Unidos pode economizar de US$ 3 mil a US$ 4 mil por ano se deixar o automóvel próprio e usar o carro compartilhado. “Os formuladores de políticas também precisam saber que as gerações mais jovens não pensarão em transporte como fizemos nos últimos cem anos”, lembra o CEO, frisando que os líderes e gestores devem estimular um diálogo mais amplo sobre a mobilidade sustentável, em vez de seguir uma política desatualizada, que direciona fundos quase que exclusivamente para o transporte rodoviário individual.

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