O gesto de alcançar o celular todas as manhãs para verificar a hora ou as últimas mensagens é um ato quase automático para a maioria das pessoas. O que muitos não sabem é que o celular que, hoje, qualquer criança manuseia com facilidade possui mais recursos do que tinha a primeira nave espacial que pousou na lua. A tecnologia tornou a vida contemporânea mais ágil, mais fácil. Mas criou desafios novos, como a educação tecnológica dos pequenos.
Como educar crianças que sejam capazes de tomar decisões muito rápidas, relacionando saberes? Movimentos educacionais ancorados no fazer e na experiência, iniciados pelo filósofo americano John Dewey (1859 – 1952), vêm ganhado força sob a égide do discurso “maker”. Esse discurso teve início nos Estados Unidos, com autores como Sylvia Libor Martinez e Gary S. Stager, e é conhecido pelo lema “faça você mesmo”. Ele sugere que as pessoas produzam seus próprios objetos com o apoio de tecnologia de ponta.
Programadores aos 5 anos
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Mas como incorporar essa prática na educação básica? Especialista em letramento computacional na educação infantil, Luciana Louro argumenta que é preciso alfabetizar computacionalmente as crianças para desenvolver os raciocínios lógico, linguístico e matemático da era da tecnologia. Sua proposta é inserir os pequenos no universo dos códigos de computadores a partir dos cinco anos de idade para aproveitar o trabalho de iniciação à cultura escrita que é feito durante a educação infantil.
Com outros especialistas brasileiros, ela vem promovendo no Brasil a disseminação de uma cultura computacional que já existe na educação básica de outros países, mas ainda é incipiente por aqui. Luciana está entre os estudiosos que questionam a prática de encerrar a tecnologia em uma hora semanal dentro do currículo das escolas, com oficinas ou laboratórios desconectados das outras disciplinas. A tecnologia – ressalta ela – é apenas a ferramenta. “A inteligência humana precede a inteligência artificial.”