Completam-se nesta quarta (31) duas semanas desde a crise em que parecia iminente a queda do presidente Michel Temer. Primeiro, noticiou-se que em gravação ele deu aval à “compra de silêncio” do ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba. Ouvindo-se a gravação, não foi bem assim. Fiel ao princípio de “cada dia a sua agonia”, Temer sobrevive no cargo. Mas ninguém sabe por quanto tempo resistirá.
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Primeiro round
Mais de 50 edições desacreditaram o áudio produzido para incriminar Temer, dando-lhe sobrevida e reduzindo a pressão pela renúncia.
Segundo round
O teor dos acordos de delação e leniência, permitindo que criminosos escapassem sem punição, também ajuda o presidente a sobreviver.
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Terceiro round
O choque do dia 24 não parou a economia, que há 5 anos não crescia como no primeiro trimestre de 2017. Para muitos, é o que importa.
Prova de fogo
O presidente fez ontem, em São Paulo, sua primeira aparição diante de uma plateia de investidores do Brasil e de 40 países. Foi até aplaudido.
Criada, CPI do BNDES ainda não tem membros
Até agora os líderes dos blocos partidários não fizeram nenhuma indicação para compor a CPI do BNDES no Senado, que vai investigar irregularidades no farto financiamento do banco à internacionalização de empresas “amigas do rei”, ou seja, do então presidente Lula (PT). Esse crédito abundante permitiu a JBS crescer 43 vezes em dez anos, com o seu faturamento saltando de R$ 4 bilhões para R$ 170 bilhões ao ano.
Desde 1997
A CPI vai investigar financiamentos do BNDES desde 1997. Se trabalhar bem, pode pegar todo o esquema, da JBS à Odebrecht.
Composição
A presidência da CPI do BNDES deverá ser do PMDB. O bloco do PSDB terá três vagas; o do PT, duas. Serão 13 titulares.
CPMI à espera
Há pedido de CPI mista (Câmara e Senado), que precisa de mais assinaturas, para depois ser lida durante sessão do Congresso.
Terapia de grupo?
O presidente Michel Temer saiu com semblante bem mais tranquilo, quase zen, da reunião de 1h40 com FHC e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Parecia ter saído de uma sessão de terapia de grupo.
Bobagens a granel
É misto de ingenuidade e desinformação achar que só agora Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), voltando à suplência, está sujeito a prisão. Como no caso do senador Delcídio Amaral, mesmo deputado ele poderia ter sido preso, como pediu o MPF. E o ministro Fachin negou.
Foro continua
Rocha Loures perde o foro privilegiado, retornando à suplência, mas seu caso não vai para a primeira instância porque continua atrelado ao inquérito que investiga Michel Temer. Que é protegido pelo foro.
A conta é toda nossa
O Ministério da Agricultura vai gastar uma fortuna, em tempos de crise, mandando um funcionário à China para “estreitar os laços de amizade com os servidores” de lá. Vai a Pequim, Shangai e Hangzou por 1 mês.
Voltou à pauta
Caberá ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, definir a sorte da emenda do senador Roberto Rocha (PSB-MA) à PEC do Foro, criando varas especiais federais para julgar autoridades.
Saia justíssima
Após desancar Rocha Loures (PMDB-PR), assessor de Michel Temer, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) teve de ouvir Heráclito Fortes (PSB-PI) contar um segredo no microfone de apartes. Foi o próprio dilmista Silvio Costa quem apresentou (“infiltrou”) Loures ao presidente.
População assombrada
A Secretaria de Segurança do DF mobiliza as polícias Civil e Militar para o “saidão de festas juninas”, recente criação para beneficiar presos. São dez os “saidões” anuais que assombram os brasilienses.
A volta do conselho
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, ressuscitou o Conselho de Ética, que estava parado. Isso mostra que quando um presidente da casa quer mesmo, as coisas funcionam.
Pensando bem…
…se tomar gosto, o Conselho de Ética, ressuscitado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, não vai parar de trabalhar tão cedo.