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Perfis de empreendedores: Robin Hood e o romântico

Marcos-SilvestreRobin Hood. “Sou contra o lucro exorbitante das empesas! Quero ser empresário para ter lucros e doá-los”! Só há um probleminha aqui: pensando assim… provavelmente não haveria lucros para doar. É possível que não houvesse sequer empresa para gerar empregos! Na economia capitalista existe um certo equilíbrio de mercado na distribuição dos benefícios dos negócios, do qual nenhum pequeno ou médio empresário poderá – isoladamente – tentar se afastar. Se você concorda com o sistema ou não é outra questão. Dá para tentar contrariar a lógica do lucro pelo lucro? Até dá, mas não será nada fácil.

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Redistribuir! Se este é seu principal fator motivador para empreender, bem cedo você poderá se ver frustrado na condição de empresário. Logo você se encontrará mais insatisfeito ainda do que na antiga posição de colaborador, quando, ingenuamente, você criticava a “má vontade” de seu atual empregador para “beneficiar o trabalhador”. Neste quesito, querer não é necessariamente poder, pelo menos não de maneira irrestrita e de uma hora para outra, para o pequeno. Se sua motivação para um negócio próprio é um certo complexo de Robin Hood, seu caminho não é o do business, é o da caridade.

O romântico. Falando em generosidade distributiva e dons mais elevados, muitos de nós sonhamos com o mundo ideal. Eu mesmo não deixo de ter meus arroubos utópicos aqui e ali, mas sempre tentando manter os pés no chão. O mundo ideal não existe, penso que nunca existirá. Não é só no universo corporativo que há inveja, trapaça, cobiça, preguiça e todos aqueles “defeitos de fábrica” que acometem boa parte dos seres humanos. Atuando como dono de seu próprio negócio, você também poderá ser vítima de todos esses desvios de personalidade, inclusive vindo a vitimar outras pessoas com essa mesquinharia toda vinda de sua parte, mesmo, se não prezar por andar na linha da boa ética!

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Utopia. Quer um mundo melhor? Sugiro que faça como eu, modestamente, tento fazer: “brigue” por ele todos os dias! Faça o seu melhor, dê o exemplo, combata o mal que há nos outros e, inclusive (especialmente!) em si mesmo. Mas não fantasie: esquecer-se da incômoda realidade de que, empreendedores ou não, somos todos pecadores, poderá atrapalhá-lo em sua vida empreendedora. E nos momentos relax, se quiser mesmo ser romântico, relaxe na poltrona ao som de Roberto 😉 .

Economista com MBA em Finanças (USP), orientador de famílias e educador em empresas (Metodologia PROF® / UNICAMP), é comentarista econômico do Grupo Bandeirantes de Rádio e TV. Autor de “Os 10 Mandamentos da Prosperidade”.

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