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A acomodação dos presidentes

Leonardo Meneghetti colunistas twitterVitório Piffero e Romildo Bolzan Júnior parecem acomodados. Comandam dois gigantes do futebol no País e estão diante de um Campeonato Brasileiro sem adversários que possam assustar. Talvez o mais fácil na era de pontos corridos. Qualquer time um tanto mais encaixado leva o caneco e festeja o título. E estamos a nos contentar em participar e esperar pelos fatos. Que imperdoável vacilo de nossos dirigentes.

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Começo pelo Grêmio, clube que não ganha nada há seis anos e não celebra um título de verdade há 15. Uma década e meia sem colocar no museu uma taça representativa. Causa constrangimento ao mais fanático dos torcedores. O presidente Bolzan, empossado com o discurso de que iria transformar o Grêmio “no maior time brasileiro, sul-americano e mundial” ainda não conseguiu transformá-lo sequer no maior da cidade. Perdeu as duas edições do Gauchão que disputou! Do ponto de vista de futebol sua gestão é um desastre! Sem o futebol o Grêmio é o que mesmo? Ah, mas ele resolveu a questão da Arena conforme já anunciado 1.427 vezes! Ops, também não. Não se esqueça Meneghetti, a gestão reduziu a folha de pagamento. Definitivamente NÃO!

Vitório Piffero poderia ler as linhas acima e se regozijar ao ver que o rival não avança um centímetro. Mas e ele avançou o que com o Inter? Recebeu o estádio prontinho da silva, foi competitivo na Libertadores, e ficou nisso. Ah, venceu os dois estaduais. Nos últimos 15, o Inter ganhou 12 e o Grêmio apenas três, portanto seguiu a rotina de supremacia regional em cima do rival tricolor. Não há motivos para comemorações, também. Recebeu uma carimbada nos 5 a 0, ano passado, e ainda não montou um time efetivamente confiável. A impressão é que depois da eliminação para o Tigres o presidente murchou.

O Campeonato Brasileiro 2016 está fácil de ser conquistado. É preciso ambição e competência nas escolhas. Não há bicho papão ou pelo menos não surgiu. Com dois ou três reforços cada um, Grêmio e Inter ampliam generosamente as possibilidades.

Este Grêmio de Roger dá sinais de não se adaptar a ambientes de pressão. O mata-mata é um terror, reflexo talvez de seu treinador e também de um time sem lideranças. Por isso tem boas possibilidades no longo Campeonato Brasileiro. O Grêmio é candidato, ainda que precise jogar mais. Com reforços bem escolhidos, com jogadores intransigentes diante da adversidade, o Grêmio encurta a distância para celebrar um título.

O Inter já escancarou sua forma de jogar. Se Argel conseguir manter a corda esticada vai fazer os pontos que precisa para estar num primeiro pelotão. Mas será sempre no limite, no desgaste. Uma guerra atrás da outra. Para o Inter vencer será uma encrenca. Mas para vencer o Inter a recíproca é verdadeira. Este modelo tático deverá significar a conquista de muitos pontos fora de casa. A dificuldade será no Beira-Rio, quando o time tiver de tomar a iniciativa. Sobra esforço. Mas falta luz. Falta criação. Este time colorado carece de qualidade na armação e no ataque.

Revisitem suas promessas, presidentes Bolzan e Piffero. Mãos à obra!

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band-RS. Diariamente comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV.

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