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Uma saudade melancólica

diego-casagrande-colunistaSentirei saudades das frases de Dilma. Durante estes cinco anos de mandato ela foi gigante ao nos deixar perplexos com assertivas tão surpreendentes quanto inúteis. Posso apostar que nenhum outro presidente terá tamanha capacidade de dizer tantas coisas sem nexo em cerimônias oficiais, de se expressar de forma a ofender o mais baixo senso estético de um discurso durante uma inauguração qualquer. As frases ditas por Dilma sempre parecem ter existido a fórceps, tortas, violentando a própria vontade. E como ela está indo embora para a obscuridade, vale relembrar seis pérolas já marcadas na nossa história.

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1) “O Dia da Criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais, sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás”; 2) “Eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que aqui, quem não viu conhece alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido”; 3) “Depois que a pasta de dente sai do dentifrício ela dificilmente volta pra dentro do dentifrício. Então que a gente tinha de levar isso em conta. E ele (Obama) me disse, me respondeu que ele faria todo esforço político para que essa pasta de dente pelo menos não ficasse solta por aí e voltasse uma parte pra dentro do dentifrício”; 4) “E aqui nós estamos comungando a mandioca com o milho. E, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu estou saudando a mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil”; 5) “Eu acho que a importância da bola é justamente essa, o símbolo da capacidade que nos distingue como… Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens. Então, para mim essa bola é um símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens”; 6) “Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta”.

A despedida das frases de Dilma gera em mim uma saudade melancólica. É uma sensação muito estranha. A última vez que me senti assim foi quando Zé Colmeia deixou de passar na televisão.

Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Rádio Livre, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 e AM 640

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