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Querer eu quero muito, mas não tenho a grana!

Marcos-Silvestre-QuinzenalEu querooo! Outro dia um amigo me veio com essa: “estamos vivendo a era do olho grande”! Antropólogo amador dos bons, ele argumentou que nunca antes na história da humanidade tivemos um nível de “desejos” no patamar que observamos hoje. Na realidae, “exigências para com a vida”. Até há poucas décadas, as pessoas tinham também seus anseios, é verdade, mas se contentavam e viviam felizes com beeem menos. Nas últimas décadas, a propaganda entrou solando nos corações e mentes dos consumidores, produzindo uma enorme legião de dependentes crônicos do consumo turbinado.

É pra já! A propaganda nos vende (e a gente compra redondinho!) a ideia de que é normal, é lícito e até mesmo louvável, desejar aquilo pelo qual ainda não se trabalhou… e portanto não se ganhou! Até a geração da vovó era assim: trabalhou e ganhou? Comprou, usou, gastou e… lá vamos nós recomeçar o ciclo. Boa parte da propaganda moderna propõe outra dinâmica: desejou? Comprou! Depois paga… Usou um pouco, saiu de moda, enjoou e… dááá-lhe comprar de novo! Rápido, porque a fila (do caixa), tem que andar! É tentador queimar etapas e detonar diretão o prazer de consumir, mas… isso é natural?

Ordem certa! O agricultor ara a terra, seleciona sementes, planta, aduba, torce para ter chuva boa, colhe, processa, transporta e vende. O pecuarista compra vaca parideira, põe os novilhos para pastar, vacina, cuida, e não leva para o abate antes do tempo certo da engorda. O industrial monta fábrica, compra matérias primas, contrata trabalhadores, daí produz, embala, distribui e só então recebe o seu. Agora, porque o ciclo seria esse, nessa exata ordem, para toda essa galera que produz, mas daí seria o oposto para quem consome? Desculpa aí: é tudo armação da propaganda para arrebentar nas vendas!

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Sim, na ordem certa! O querer, se bem dosado, não chega a ser pecado, não. Você quer? Vá estudar, trabalhar, ganhar, planejar o orçamento, comprar, usar e gastar. Daí… trabalhe mais para ganhar mais e repor. Uma óbvia vantagem, aqui: você não dependerá cronicamente de dinheiro alugado de banco, e não precisará desviar nada do seu poder aquisitivo para bancar juros (que, aliás, são absurdamente elevados no Brasil)! “Ahhh… mas assim não tem graça”! Que bela lavagem nos fizeram na caixola, hein! Agora, tudo bem: quem preferir que viva como um consumista viciado… mas que não chore miséria depois!

Economista com MBA em Finanças (USP), atua como orientador de famílias e educador em empresas (Metodologia PROFE®). Comentarista econômico do Grupo Bandeirantes de Rádio e TV, é autor de “Os 10 Mandamentos da Prosperidade” e dirige o site www.educarparaprosperar.com.br.

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