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Se Anderson sair, Píffero terá que contratar

Leonardo Meneghetti colunistas twitterO presidente Vitório Píffero está embretado. Como resistir à venda de Anderson, irregular na temporada passada, alto salário, e que representaria cerca de 15 milhões de reais aos cofres do clube? Mas se vender terá que necessariamente repor esta saída. Por um motivo bastante simples e quase óbvio: foi ele, Píffero, o mais entusiasta defensor do meia na temporada passada. E sempre que se questionou o futebol instável do jogador o presidente justificou que é preciso tempo de readaptação ao País e que em 2016 Anderson vai render tudo que sabe.

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Píffero fez mais do que isso. Contagiou o vice de futebol Carlos Pellegrini e o técnico Argel a respeito da evolução de Anderson. Ou seja, criou grande expectativa para a performance do meia em 2016. Então, entenda-se que este será o ano de Anderson. Portanto, se a venda for concretizada, impõe-se a reposição a altura. Ou isso, ou o discurso do presidente no ano passado foi apenas para escapar das críticas sobre esta contratação. E então Anderson seria, na prática, um jogador dispensável, que não precisa substituição no grupo. Na há outra saída para o Inter. Será preciso repor. E repor na mesma medida de expectativa criada pelo presidente vermelho. Se tudo que Vitório Píffero disse é o que ele realmente pensa sobre Anderson, o Inter irá contratar um grande jogador!

Acanhados – Por enquanto, Grêmio e Inter montam times modestos para 2016. As contratações não são impactantes e estão longe de entusiasmar. Aliás, é quase uma rotina dos demais clubes brasileiros. Mas isto não significa que a dupla não possa vencer seus desafios. Vai exigir um trabalho ainda mais competente de seus treinadores. E também acho que uma fiscalização mais presente dos dirigentes em cima do rendimento de algumas individualidades. Aliás, no Brasil, os dirigentes ainda não se habituaram a tratar treinadores e jogadores como funcionários dos clubes. Há um excessivo paternalismo.

Cito exemplos de alguns que frustraram em 2015. Alex, meia colorado de enorme qualidade. Depois de brilhar no Gauchão, teve uma evidente queda de rendimento no segundo semestre. Tornou-se um jogador burocrático. E ainda Réver, que nunca conseguiu se afirmar na temporada. No Grêmio também há jogadores que precisam jogar mais, especialmente na Libertadores. É o caso de Douglas, que me surpreendeu positivamente em 2015, mas terá que ter maior envolvimento nas partidas agora. Marcelo Oliveira caiu de produção no final do ano. E Maxi Rodriguez, talentoso, segue desligado.

Atletas deste nível de qualidade não podem jogar num clube de tamanha exigência sem a devida cobrança. Contratações acanhadas não significam necessariamente um ano perdido. Com um trabalho competente dos treinadores, com planejamento, condicionamento físico adequado, e o eficaz acompanhamento dos dirigentes é possível ter êxito. Em tempo: a montagem do grupo de jogadores, com idade adequada e perfil ambicioso, também é fundamental neste processo.

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band-RS. Diariamente comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV.

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