A chapa de oposição eleita ontem aos gritos de “vai ter impeachment”, no plenário da Câmara, deixou claro que são remotas as chances de a presidente Dilma escapar de condenação na comissão processante que examinará a denúncia contra ela, acolhida pelo presidente da Câmara. Após divulgar que contava com o apoio de 280 deputados, o Palácio do Planalto se viu derrotado por 272 x 199 votos, na Câmara.
Bancada 171
Caso a comissão recomende o impeachment ao plenário na Câmara, Dilma precisará de 171 votos. Poucos acreditam que conseguirá.
Votos reversíveis
A oposição espera rever muitos dos 199 votos obtidos pelo governo, ontem, de deputados de partidos como PMDB, PP, PSD, PTB e PR.
A derrota do governo Dilma foi uma tremenda demonstração de força de Eduardo Cunha, quando muitos o imaginavam morto.
Mau como um picapau
O tempo conspira contra Dilma, com a perda progressiva de apoio, na Câmara. Contra ela conspira também Eduardo Cunha, o que é pior.
Dilma vai ser intimada a se defender no TSE
A repercussão da carta de rompimento de Michel Temer e a derrota do governo na Câmara não foram as únicas más notícias de Dilma, ontem. Ela já sabe que um oficial de Justiça baterá à sua porta, a qualquer momento, para notificá-la a se defender na ação que pode cancelar o registro da candidatura à reeleição, e a do vice Michel Temer, em 2014, e cassar o mandato. A ação tramita no Tribunal Superior Eleitoral.
O que vem primeiro?
Na hipótese de Dilma sofrer impeachment antes da conclusão da açãono TSE, o processo continua normalmente com Temer como réu.
Prazo de 5 dias
Dilma e Temer terão 5 dias para se defender na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo por abuso de poder politico e econômico
Dinheiro roubado
Dono da UTC e “chefe” do cartel, o empreiteiro Ricardo Pessoa contou que campanha de Dilma recebeu dinheiro roubado da Petrobras.
O pânico chegou
Se a carta do vice Michel Temer soou como uma bomba no Planalto, teve o efeito de tsunami a notícia do acordo de delação premiada de Delcídio Amaral (PT-MS), líder encarcerado do governo Dilma.
Primeira mão
O portal Diário do Poder publicou com exclusividade, uma hora e meia antes de qualquer outro, a notícia da negociação de delação premada de Delcídio Amaral, que levou aflição ao Palácio do Planalto.
Não sabem o que dizem
Impressiona o despreparo de ministros como Miguel Rossetto (Trabalho). Ele disse que Michel Temer não poderia ter feito a carta-desabafo porque “prestou juramento à Constituição”. Que vexame.
Beleza é fundamental
No cafezinho da Câmara, ontem, ao esgotar os argumentos em defesa da posse de Michel Temer na presidência, um deputado ainda lembrou: “Além de todas as vantagens, teremos uma linda primeira-dama!”
Bochechas
Eleitores estranharam o carinho do deputado Wadih Damous (PT-RJ), afagando as bochechas do líder do PMDB na confusão da Câmara. Logo ele, um radical na denúncia de malfeitorias da família Picciani.
Pantanal rejeita Lula
Levantamento do Instituto Paraná Pesquisa na terra de Delcídio Amaral (PT-MS), mostrou Lula em 3º, com pífios 11% das intenções de voto para presidente, e empatado com Jair Bolsonaro (PP-RJ). Aécio, Alckmin e Serra lideram quando listados e Marina (Rede) fica em 2º.
Devassa pelo Araguaia
O necrotério do Hospital Universitário da UnB passará por devassa para identificar restos mortais dos desaparecidos do Araguaia. Desde 1991, só dois corpos foram identificados, mas sumiram do necrotério.
Não desencarnou
Lula ainda usa e abusa, como se fora autoridade, dos serviços da diplomacia brasileira. Exige tratamento (e mordomias) de presidente. Nesta quarta (9) chega a Berlim, antes de seguir para Madri.
Singela homenagem
A chapa da comissão do impeachment tinha 13 partidos. “É uma última homenagem (ao PT)”, diz o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Com Gabriel Garcia, Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos