A Suprema Corte dos EUA, em decisão histórica, liberou o casamento gay em todos os 50 estados do país. Treze estados ainda mantinham a proibição. Portanto, a partir de agora, duas pessoas do mesmo sexo poderão optar por unir laços, viverem juntas, constituírem patrimônio juntas e deixarem herdeiros. Terão acesso aos direitos dos casais compostos por homem e mulher. Ao votar, Anthony Kennedy, juiz republicano nomeado por Ronald Reagan em 1988, disse que o matrimônio simboliza “ideais de amor, fidelidade, devoção, sacrifício e família. Ao se unirem, duas pessoas juntas se tornam melhores do que eram antes. Nenhuma união é mais profunda que o casamento.” Kennedy é conhecido por garantir que os direitos à “privacidade, igualdade e liberdade de opinião” sejam preservados na Constituição Americana.
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Há muito exponho em meus espaços, sobretudo de rádio, que o direito à união civil dos homossexuais deve ser entendido como um direito individual inalienável. Da sua vida, desde que não perturbe a vida de terceiros, cada um é livre para cuidar e fazer suas escolhas. A união de dois adultos, do mesmo sexo ou não, deve ser respeitada. Eu como alguém que estuda liberalismo há algum tempo, não vejo como o Estado possa ou deva impedir isso. Não acho justo que o governo proíba isso. Indo além, não vejo como isso possa causar qualquer dano aos outros. Entender isso é respeitar a liberdade, tão falada e tão pouco professada por muitos que dizem defendê-la.
Os EUA, país que exerce a liderança cultural do mundo ocidental e que em duas grandes guerras no século passado emprestou seus esforços para impedir o totalitarismo global, está na vanguarda de novo. As piores perseguições aos homossexuais ocorreram nos países socialistas. País comunista não aceita gays. Eles são escorraçados e têm de andar escondidos. Fidel Castro pediu desculpas públicas pelas atrocidades cometidas no regime que ele próprio criou em Cuba. Nos anos 60 e 70, gays e lésbicas foram demitidos do serviço público, presos ou enviados a campos de trabalho para serem reeducados. Isso não combina com liberdade. Portanto, o líder do mundo livre não poderia se furtar a garantir direitos plenos aos seus cidadãos.
Na Declaração de Independência dos EUA, em 1776, Thomas Jefferson disse que todo americano tinha o direito de “buscar a felicidade”. A Constituição Americana é até hoje o que há de mais revolucionário no mundo. Que continue assim.
Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Rádio Livre, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 e AM 640