Disposto a fazer o seu sucessor no ano que vem, o prefeito Marcio Lacerda não está encontrando facilidades para cumprir o seu objetivo. E o primeiro problema surgiu exatamente onde ele menos poderia esperar: no seu próprio partido, o PSB, que, por sinal, está se fundindo com o PPS, numa mistura de neossocialistas e ex-comunistas de futuro não sabido. O problema é que Marcio, para ter o controle do partido, condição indispensável, segundo ele, para alcançar o objetivo, não teve reconhecida pela cúpula do PSB no Estado, vale dizer, o deputado federal Júlio Delgado, o diretório municipal que é, em última análise, quem homologa a candidatura à PBH. Ou seja, puxaram o tapete de Marcio na sua primeira jogada.
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Sentindo-se vítima de uma armação partidária, o que o deixa desconfortável, o prefeito seguiu ontem para Brasília onde participaria de uma reunião com a direção nacional do PSB para que a legenda cumpra o que lhe foi prometido: autonomia para tocar adiante a escolha do nome que, a seu juízo, poderá manter a PBH em poder do PSB. Márcio está convencido que diante do quadro eleitoral que se desenrola à sua frente, alicerçado por pesquisas, não será tão complicado assim atingir o seu objetivo, que é de fazer o seu sucessor e se habilitar para compor a chapa majoritária em 2018, podendo sair candidato ao Senado ou até mesmo ao governo do Estado, a depender das conversas que se desenrolariam já a partir deste ano.
O prefeito, no entanto, tem problemas dentro e fora de seu partido. No PSB pela meia-volta do atual presidente regional Júlio Delgado, que vetou o diretório municipal feito por Márcio. E fora porque o vice-prefeito Délio Malheiros não esconde de ninguém que vai ser candidato pelo PV. Não bastasse isso, o presidente da Câmara Municipal, Wellington Magalhães (PTN), garante que a sucessão municipal precisa passar pela edilidade para ser viável. E promete que irá até o fim com esse propósito. Em suma, Márcio vai ter problemas para fazer o seu sucessor. Mas ele sabe que em política nada é muito fácil.
Carlos Lindenberg é jornalista, colunista do Metro Jornal e comentarista da TV Band Minas. Escreve no Metro Belo Horizonte.