Conversa vai, conversa vem, e Lula continua atribuindo ao ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) as trapalhadas do governo Dilma. Em conversa com líderes aliados, há dias, ele reafirmou a crítica. Disse – referindo-se a Mercadante – que Dilma é cercada de “gente desastrada para quem não dei a menor bola em oito anos como presidente”. Lula acha que os erros de Dilma decorrem de “conselhos” do ministro.
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O maior erro
Trombar com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha foi, para Lula, o maior erro político de Dilma, por influência do chefe da Casa Civil.
Grosserias inúteis
Lula acha que Dilma errou ao hostilizar Barack Obama, no caso da espionagem, e a Indonésia, pela execução do traficante Marco Archer.
Respeito é bom
Segundo Lula, Dilma deveria ter feito a visita de Estado a Washington, que ela cancelou, e respeitado as leis internas da Indonésia.
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Sem ‘mea culpa’
Ao criticar Dilma, Lula esquece um detalhe: a culpa é dele, por dar cartaz ao aspone Marco Aurélio Top-Top, que define a política externa.
Cunha sinaliza aceitar pedido de impeachment
O Planalto acendeu a luz amarela após reunião de última hora entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e líderes aliados, na noite desta segunda. Deputados saíram com a certeza que o impeachment de Dilma não está sepultado, como Cunha tem dito à imprensa. Nenhuma decisão sobre o assunto deve ser tomada antes de 27 de maio, quando é esperada marcha contra Dilma em Brasília.
Muy amigos
Depois de Eduardo Cunha, os “aliados” se reuniram com a oposição. E Carlos Sampaio (PSDB-SP) deve aumentar a pressão sobre Cunha.
Começo modesto
A oposição já chama de “Marcha dos 100 mil” a caminhada entre São Paulo e Brasília de defensores do impeachment.
De onde vem
A marcha é liderada pelo Movimento Brasil Livre, que também tem organizado protestos contra Dilma, e inspirada em Luiz Carlos Prestes.
Ganhando tempo
O dono do PDT, ex-ministro Carlos Lupi, prometeu a senadores indóceis que em junho o partido sai da base de apoio ao governo. Os senadores fingiram acreditar. Sabem que ele tenta ganhar tempo.
Renan encolheu
O presidente do Senado, Renan Calheiros, anda amuado com o poder de Eduardo Cunha. Ele se irritou ao ser questionado sobre o tema: “Eu não vou rebaixar a discussão”. Mas sabe que foi rebaixado de patamar.
Boquinha amiga
O PP se reuniu com Michel Temer para definir cargos no segundo escalão. Mais da metade dos parlamentares do PP está atolada no assalto à Petrobras, mas nenhum deles abre mão das boquinhas.
Calma lá
A filiação da senadora Marta Suplicy (SP) será definida nesta quarta no PSB, em Brasília, partido pelo qual ela pretende disputar a prefeitura paulistana. Mas PV, PPS, PDT e SD também querem o passe dela.
Saboia no Senado
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), assinou finalmente a nomeação do diplomata Eduardo Saboia, punido por Dilma após salvar a vida do ex-senador Roger Pinto Molina, perseguido pelo cocaleiro boliviano Evo Morales.
De olho em 2022
Após o alvoroço com Aécio Neves (PSDB-MG), há dias, ontem Jair Bolsonaro (PTB-RJ) também foi cercado por crianças, na Câmara. Ele caprichou na simpatia com os eleitores do futuro.
Só podia dar nisso
A prefeita de Baltimore, uma banana, parece tão brasileira quanto sua cidade rebelada: jovens sem oportunidades, educação que não educa e políticos conhecidos pelas promessas não cumpridas. Só em 2014 a violência da polícia resultou em indenizações de US$ 7 milhões.
77 anos
Comemora-se nesta quarta o 77º aniversário do Conselho Nacional do Petróleo, de onde saíram os brasileiros que transformaram a Petrobras numa grande empresa… até ser assaltada pela “cumpanherada”.
Cadê o governo?
Senadores fazem graça com a vacância, por cem dias, do cargo de Líder do Governo no Congresso. Se não há governo, líder para quê?
Com Ana Paula Leitão e Teresa Barros
www.claudiohumberto.com.br